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Obama pede compromisso para evitar calote "irresponsável"

Presidente apelou por um compromisso para reduzir o déficit em 4 trilhões de dólares e partilhar o fardo dos cortes uniformemente em toda a sociedade

Obama advertiu que o primeiro calote da história dos Estados Unidos afetaria diretamente a vida de norte-americanos comuns (Getty Images)

Obama advertiu que o primeiro calote da história dos Estados Unidos afetaria diretamente a vida de norte-americanos comuns (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2011 às 06h38.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu aos líderes republicanos e democratas na noite de segunda-feira um compromisso para elevar o teto da dívida e, assim, evitar um calote nacional "imprudente e irresponsável".

Em discurso televisionado aos norte-americanos desde a Casa Branca, Obama destacou as graves consequências econômicas de um calote ou mesmo do rebaixamento das notas de crédito caso não haja um acordo para elevar o limite da dívida de 14,3 trilhões de dólares e reduzir o déficit orçamentário até 2 de agosto.

"Não cumprir com nossas obrigações é um resultado imprudente e irresponsável a este debate... corremos o risco de provocar uma profunda crise econômica - uma causada quase que inteiramente por Washington", afirmou Obama.

Ele apelou por um compromisso para reduzir o déficit em 4 trilhões de dólares e partilhar o fardo dos cortes uniformemente em toda a sociedade, já que o prazo para a resolução do problema se aproxima.

O impasse sobre os planos divergentes apresentados pelos líderes democratas e republicanos, destacando o abismo ideológico no dividido Congresso, aumentou o risco de um calote nacional e de um rebaixamento das notas de crédito do país.

O tema tem alertado investidores em todo o mundo, pressionando as ações e o dólar para baixo e empurrando o ouro para máximas recordes.

Obama advertiu que o primeiro calote da história dos Estados Unidos afetaria diretamente a vida de norte-americanos comuns, pois o governo não teria condições de honrar suas contas, entre elas a previdência social mensal, benefícios a veteranos e contratos com milhares de empresas.

"Eu disse aos líderes de ambos os partidos que devem chegar a um compromisso justo nos próximos dias para que possa ser aprovado no Congresso, um compromisso que eu possa sancionar", afirmou.

"O povo norte-americano pode ter votado para um governo dividido, mas não votou para um governo disfuncional", acrescentou.


Ele criticou alguns republicanos por insistirem em uma abordagem de "apenas cortes" e se mostrarem contra os chamados da Casa Branca para que empresas e indivíduos mais ricos deixem de ter incentivos fiscais.

Em resposta, o presidente da Câmara dos Deputados, o líder republicano John Boehner, reiterou a objeção de seu partido ao plano proposto por Obama.

"A verdade triste é que o presidente quis um cheque em branco seis meses atrás e quer um cheque em branco agora. Isso não vai acontecer", afirmou Boehner.

Foi o sétimo discurso de Obama à nação desde que assumiu a Presidência, em 2009. Ele usou as outras oportunidades para falar de grandes questões nacionais, como a guerra no Afeganistão e a morte de Osama bin Laden.

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