Mundo

Obama pede ações significativas sobre posse de armas

Presidente dos Estados Unidos reiterou neste sábado a necessidade de tomar uma ação significativa para evitar mais tragédias

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2012 às 16h55.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou neste sábado a necessidade de tomar uma 'ação significativa' para evitar mais tragédias como a do massacre de sexta-feira em Connecticut, que deixou 28 mortos, 20 deles crianças, e reabriu o debate sobre a posse de armas no país.

Obama reforçou suas declarações de ontem em seu tradicional discurso dos sábados depois que o país assistiu ao segundo maior massacre de sua história.

Enquanto isso, algumas vozes voltaram a levantar-se sobre a regulação para o acesso às armas, como fez o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que respondeu o presidente americano assegurando que as pessoas precisavam de mais que suas condolências, em referência às declarações que fez após o tiroteio, visivelmente emocionado.

'Escutamos o presidente Barack Obama expressar suas condolências às famílias em Newtown, Connecticut. Mas, o que o país necessita dele é de um projeto de lei que regule este problema', disse Bloomberg, que copreside a associação 'Prefeitos contra as Armas Ilegais' junto com seu colega de Boston, Thomas M. Menino.

As palavras de Obama não garantem que se abra um caminho rumo à regulação, mas o certo é que após massacres como este e o de Virgínia Tech em 2007, que deixou 33 vítimas, o fácil acesso às armas de fogo continua sendo uma das maiores causas de morte nos EUA.

O editor da prestigiada revista 'New Yorker', David Remnick, pediu na edição desta semana ao líder americano que não atue 'só como um pai' perante a tragédia ocorrida ontem em Conneticut, mas que o faça também como 'presidente' e regule a posse de armas.

Remnick aponta que em estados como Ohio, Pensilvânia, Flórida e Colorado o debate sobre as armas é um assunto delicado, mas, após sua reeleição, assegurou que 'agora é o momento' de Obama arriscar parte de sua aceitação nesses lugares 'para salvar vidas'.

A congressista democrata por Nova York Carolyn McCarthy, conhecida por sua forte posição contra o livre acesso às armas, anunciou hoje que voltará a exercer pressão no Congresso americano para que haja uma nova legislação.

A Segunda Emenda da Constituição consagra o direito dos americanos à posse de armas e a Corte Suprema sempre decidiu a favor frente às tentativas de alguns estados e cidades de limitá-la.

O marido de Carolyn McCarthy morreu em um tiroteio em Long Island em 1993, uma tragédia que a motivou a iniciar sua carreira política.

Nos últimos anos Carolyn alçou sua voz após cada um dos massacres que o país sofreu (11 dos últimos piores 20 massacres dos últimos 50 anos ocorreram nos EUA), mas a legislação que tentou introduzir nunca foi bem recebida no Congresso.

Hoje, não somente políticos e jornalistas levaram o tema da regulação ao primeiro plano; também muitos cidadãos decidiram fazer sua parte para que, após esta tragédia, os EUA assumam 'de uma vez por todas' a responsabilidade de legislar sobre a matéria.

No site da Casa Branca, na seção 'We The People', aberta aos pedidos dos cidadãos, ontem mesmo foi criada um abaixo-assinado para levar uma proposta de lei ao Congresso que regule o acesso das pessoas à munição e às armas de fogo.

Na tarde de ontem, uma centena de pessoas se reuniu na frente da Casa Branca para pedir ao presidente que dê um passo adiante na matéria sob o lema 'Today is the Day' (Hoje é o dia), já que apesar não ser o maior massacre em números, comoveu o país pela morte de tantas crianças.

O suposto autor dos disparos, identificado como Adam Lanza, teria utilizado duas pistolas e um rifle calibre 233 que não lhe pertenciam, mas estavam registrados no nome de sua mãe, a quem teria matado antes de atacar à escola.

Os Estados Unidos são o país do mundo com mais civis com posse de armas, entre 270 e 300 milhões segundo as Nações Unidas, um número que a Associação Nacional do Rifle eleva para mais de 300 milhões. 

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)MassacresPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"