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Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 18h21.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou nesta segunda-feira os novos responsáveis pela secretaria da Defesa e pela direção da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês). Obama indicou o republicano Chuck Hagel para secretário da Defesa e John Brennan para o comando da CIA. Ambas as escolhas são polêmicas e atraíram críticas do Partido Democrata, o de Obama, e também da oposição republicana.
Hagel, de 66 anos, foi senador durante o governo de Obama e os dois se aproximaram durante viagens de trabalho ao exterior. Republicano moderado e veterano condecorado da guerra do Vietnã, Hagel pode melhorar o diálogo no gabinete de Obama, caso seja confirmado. Mas o ex-senador pelo Nebraska tem enfrentado críticas no Congresso, principalmente dos republicanos, desde que surgiu como o principal concorrente à direção do Pentágono, embora legisladores de seu partido não tenham chegado a dizer que podem impedir sua nomeação.
Hagel é o segundo escolhido por Obama para um cargo importante no setor de segurança a enfrentar críticas do Congresso mesmo antes da nomeação. A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Susan Rice, retirou seu nome da lista para ocupar o cargo de secretária de Estado (chancelaria) em meio a acusações de senadores republicanos de que ela havia enganado a população em seus relatos iniciais sobre os ataques contra norte-americanos, que estavam numa representação diplomática em Benghazi, na Líbia.
Após a desistência de Rice, Obama indicou o senador John Kerry para comandar o Departamento de Estado. Ele deve ser facilmente confirmado por seus antigos colegas do Senado.
Numa tentativa de suavizar o terreno para Hagel, a Casa Branca alertou os democratas do Senado no domingo que Hagel será nomeado para suceder o secretário de Defesa Leon Panetta no segundo mandato de Obama, de acordo com um funcionário do Congresso que pediu para não ser identificado.
Caso seja confirmado no cargo, Hagel vai assumir um Pentágono que enfrenta cortes orçamentários e a volta dos soldados norte-americanos do Afeganistão. O presidente afegão, Hamid Karzai, deve se encontrar com Obama nesta semana em Washington para discutir a presença norte-americana no país após a conclusão formal da guerra, prevista para 2014. Hagel deve apoiar uma saída mais rápida das tropas norte-americanas do Afeganistão.
Já Brennan, de 58 anos e que trabalha na CIA há 25 anos, é atualmente o principal conselheiro de contraterrorismo de Obama. Obama já havia pensado em Brennan para ocupar o principal cargo da CIA em 2008, mas o candidato retirou seu nome em meio a questionamentos a respeito de sua ligação com o uso de técnicas de interrogatório muito duras durante o governo de George W. Bush. Brennan negou envolvimento com os controversos métodos de interrogatório, que incluem afogamento, e declarou-se contrário a eles. Segundo conselheiros da Casa Branca, Obama escolheu Brennan para o cargo porque ele teve um papel importante na operação que resultou na morte do líder terrorista Osama bin Laden no Paquistão em 2011.
Brennan também é um dos principais mentores da polêmica política norte-americana de usar aviões teleguiados e não tripulados, os chamados drone, para matar terroristas e suspeitos de terror no Paquistão, Afeganistão e principalmente no Iêmen. Embora polêmica, a política de enviar os drone para assassinar suspeitos é considerada um sucesso. Brennan foi um dos criadores do Centro Contra a Ameaça do Terror, após os atentados de 11 de Setembro de 2001, e serviu vários anos na administração anterior de George W. Bush. Ele era o encarregado, até 2005, das informações confidenciais sobre o terror que eram passadas pessoalmente a W. Bush.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.