Mundo

Obama homenageia vítimas de 11/9 em Nova York

Menos de uma semana depois da morte de Bin Laden, presidente visitou o local onde ocorreram os ataques terroristas na cidade

Barack Obama participa das homenagens no Marco Zero, em Nova York (Mario Tama/Getty Images/AFP)

Barack Obama participa das homenagens no Marco Zero, em Nova York (Mario Tama/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2011 às 17h20.

Nova York - O presidente americano, Barack Obama, depositou nesta quinta-feira uma coroa de flores no "Marco Zero" de Nova York, em uma cerimônia que buscou cicatrizar as feridas dos ataques de 11 de setembro de 2001, após a morte de seu responsável, Osama bin Laden, no domingo.

Obama inclinou-se e observou um minuto de silêncio, após colocar uma coroa de flores no local onde erguiam-se as torres gêmeas, derrubadas pelos ataques da rede terrorista Al-Qaeda que deixaram 3 mil mortos.

Em sua primeira visita ao "Marco Zero" como presidente, Obama também se reuniu de forma privada com familiares das vítimas dos atentados, após visitar o quartel dos bombeiros e a delegacia de polícia do bairro.

"Este é um local simbólico do sacrifício extraordinário orquestrado neste dia terrível, há quase 10 anos", disse Obama.

A visita ocorreu quatro dias após a operação que abateu Bin Laden no Paquistão, após uma década de tentativas inúteis dos Estados Unidos para localizá-lo.

"O que aconteceu domingo, graças à coragem de nossos militares e ao trabalho extraordinário de nossos serviços de inteligência, envia uma mensagem ao mundo todo, mas também a nossas casas: quando dizemos que não esqueceremos nunca, isso é sério", disse Obama ao visitar o quartel do Corpo de Bombeiros perto do local.

"Fantástico", disse à AFP Alfred Douglas, um operário de 49 anos que trabalha na Torre Quatro e que estava no local durante os atentados. "Quero dizer a Obama que fez um trabalho muito bom: Missão cumprida!".

A Casa Branca assegurou que não se trata de uma visita para cantar vitória, e sim uma forma de homenagem às vítimas dos ataques que desencadearam a polêmica guerra global dos Estados Unidos contra o terrorismo.

"É claro que não podemos trazer novamente os amigos que vocês perderam, e sei que cada um de vocês não chora apenas por eles, mas também estiveram nos últimos dez anos com suas famílias, seus filhos, tentando dar consolo e apoio as eles", disse Obama.

A Casa Branca tentou evitar a polêmica sobre as circunstâcias exatas da ação que acabou com a morte de Osama bin Laden, destacando, por sua vez, que a perigosa missão foi executada "perfeitamente".

Funcionários do governo negaram-se a dar mais detalhes da operação contra o líder da Al-Qaeda, após serem obrigados a modificar o relato do que ocorreu exatamente quando os integrantes da Força Seal da Marinha ingressaram no Paquistão como parte de uma missão secreta, no domingo.


O porta-voz da Casa Branca, Jim Carney, lembrou aos jornalistas no avião presidencial que Washington chegou a rever os detalhes da operação e oferecer uma nova informação do ocorrido.

"O que é notável aqui é que um grupo de soldados extraordinários americanos viajou a um país estrangeiro na escuridão da noite e... executou perfeitamente uma missão que os Estados Unidos da América planejavam desde o dia 11 de setembro, há quase dez anos", disse.

O exército paquistanês admitiu nesta quinta-feira "falhas" no trabalho de inteligência para localizar Bin Laden, mas ameaçou rever sua cooperação com Washington no caso de outro ataque americano, ao estilo do que matou o líder da Al-Qaeda.

Além disso, o chefe de Estado-Maior das forças armadas paquistanesas, Ashfaq Parvez Kayani, ordenou a redução do número de instrutores militares americanos no Paquistão ao mínimo possível.

"Embora reconheçamos nossas falhas" em matéria de inteligência para encontrar Bin Laden, as "conquistas" a respeito não admitem comparação, indicou o Estado-Maior em um comunicado.

Após a operação contra Bin Laden, as pesquisas revelaram um aumento imediato da popularidade do presidente.

Mas a Casa Branca parece estar decidida a evitar transmitir uma imagem de triunfo excessivo ou de ceder à tentação de explorar os fatos com fins eleitorais.

Obama convidou, inclusive, para a cerimônia seu antecessor, George W. Bush, que era presidente quando ocorreram os atentados de 11 de setembro e foi muito criticado no início de sua "guerra contra o terrorismo", mas o ex-presidente não aceitou.

A vontade de manter uma atmosfera de dignidade, após a morte de Bin Laden, também se traduziu na negativa de Obama de autorizar a divulgação de fotografias do corpo morto de seu inimigo, exigida por alguns setores.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Metrópoles globaisNova YorkPaíses ricosPersonalidadesPolíticosTerrorismo

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia