Obama e Merkel: "Dados seus oito anos de amizade e aliança, o presidente expressou que fazia sentido que sua última ligação a um líder estrangeiro fosse para a chanceler Merkel" (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 22h45.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dedicou nesta quinta-feira à chanceler alemã, Angela Merkel, sua última ligação telefônica a um líder estrangeiro, na qual ambos concordaram em que manter laços transatlânticos sólidos é "essencial" para a estabilidade da ordem internacional.
Um dia antes de ceder o poder a Donald Trump, Obama e sua esposa, Michelle, conversaram por telefone com Merkel e seu marido, o médico Joachim Sauer, para "expressar seu apreço por sua amizade pessoal e seus esforços para aprofundar a aliança entre Alemanha e Estados Unidos durante os últimos oito anos", informou a Casa Branca.
"O presidente e a chanceler concordaram que a cooperação próxima entre Washington e Berlim e entre Estados Unidos e Europa é essencial para assegurar um sólido vínculo transatlântico, uma ordem internacional baseada em normas e a defesa dos valores que fizeram tanto para potencializar o progresso humano em nossos países e no mundo todo", indicou o comunicado oficial.
"Dados seus oito anos de amizade e aliança, o presidente expressou que fazia sentido que sua última ligação a um líder estrangeiro fosse para a chanceler Merkel, e lhe desejou tudo de melhor no futuro", concluiu a nota.
Com sua defesa dos laços transatlânticos, Obama e Merkel enviaram uma mensagem indireta a Trump, que no fim de semana passado reafirmou sua ideia de que a Otan está "obsoleta" e previu que, além do Reino Unido, mais países deixarão a União Europeia (UE) porque o bloco é "basicamente um veículo para a Alemanha".
Em entrevistas concedidas ao alemão "Bild" e ao britânico "The Times", Trump também criticou Merkel diretamente, por considerar que sua política de amparada aos refugiados foi um "erro catastrófico".
Apesar dessas declarações, Merkel expressou confiança de que seu governo possa colaborar com o de Trump, e pediu para não adiantar-se aos eventos e esperar para ver "que tipo de acordos" podem ser alcançados com o novo governo.
Obama fez nesta quarta-feira outras duas ligações de despedida a líderes estrangeiros: ao presidente de Índia, Narendra Modi, e ao do Afeganistão, Ashraf Ghani, em uma conversa na qual também participou o chefe do Executivo afegão, Abdullah Abdullah.