Mundo

Obama encerra caravana e prepara nova investida para reativar economia

Presidente ainda não ofereceu detalhes sobre o plano, mas se espera um pacote de austeridade fiscal e outro pacote que inclua cortes de impostos

Obama quis plantar uma imagem populista na viagem, com reuniões com eleitores - parecido a seu colega de partido Bill Clinton (Scott Olson/Getty Images)

Obama quis plantar uma imagem populista na viagem, com reuniões com eleitores - parecido a seu colega de partido Bill Clinton (Scott Olson/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2011 às 23h02.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que termina nesta quarta-feira uma caravana de ônibus na busca de se reaproximar de seus eleitores, pretende lançar em setembro um plano de criação de emprego e redução do déficit, primeiro passo de sua nova estratégia para reativar a economia.

Obama, que voltará nesta noite a Washington após percorrer os estados de Minnesota, Iowa e Illinois durante três dias, não ofereceu detalhes sobre o plano, mas se estima que o líder apresente ao Congresso um pacote de austeridade fiscal e outro pacote que inclua cortes de impostos para a classe média, mais investimentos para estradas e para seguros-desemprego.

Com isso, o presidente busca retomar a iniciativa no campo de batalha que mais interessa aos americanos no momento: a economia e a criação de postos de trabalho.

Apesar de dois anos e meio no poder, Obama costuma dizer que herdou os problemas enfrentados pelos EUA, mas terá de apresentar ao Congresso ideias criativas e viáveis para a recuperação econômica americana. Desta dependerá em boa medida sua reeleição ou derrota.

O governante também busca preparar as bases para o que indica ser um longo período de enfrentamentos políticos com os republicanos no Congresso, após árduas disputas partidárias deste verão, que precederam a aprovação da lei para elevar o teto da dívida pública americana.

Obama começará a preparar o plano político-econômico de setembro da ilha de Martha's Vineyard, no estado de Massachusetts, onde nesta quinta-feira iniciará dez dias de férias com sua esposa, Michelle, e suas filhas, Sasha e Malia.

Essas serão as terceiras férias da família presidencial neste destino favorito dos democratas de luxo. Com o recesso, Obama ignora as críticas dos que consideram ser uma decisão pouco aconselhável e que, dada a fragilidade da situação econômica, deveria permanecer em Washington.

Embora o discurso de setembro ainda esteja para ser escrito, o presidente já esboçou alguns dos temas que abordará ao longo da viagem que conclui nesta quarta-feira.


Em uma assembleia popular em Atkinson (Illinois), Obama reconheceu que a confiança dos consumidores está baixa devido ao rebaixamento da nota da dívida soberana dos EUA por parte da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P).

"Não nos rebaixaram porque os EUA não pagam suas dívidas", declarou Obama, para quem a decisão da S&P se deve à polarização política em Washington.

Como em cada escala de sua viagem, numa tentativa de recuperar a fé dos eleitores no país e em seu Governo, Obama não poupou nos superlativos em seu discurso sobre a capacidade da força de trabalho e sua confiança de que os Estados Unidos sairão dessa situação econômica abalada.

Se nesta viagem Obama quis plantar uma imagem populista, com reuniões com eleitores - parecido a seu colega de partido Bill Clinton -, os republicanos criticam-na diariamente. Para eles, a caravana não passa de um ato eleitoral financiado pelos contribuintes e sem planos concretos.

"Acho que deveria passar um pouco mais de tempo na Casa Branca e fazendo seu trabalho, em vez de ficar passeando em um ônibus canadense e planejando suas próximas férias em Martha's Vineyard", disse aos jornalistas o presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC), Reince Priebus.

Segundo os analistas, o vaivém de ataques partidários é um ensaio do que se pode esperar nos 15 meses que faltam para as eleições gerais de 2012.

"A economia está fraca. Quando as coisas estão ruins, a culpa recai sobre o presidente", ressalta à Agência Efe o analista político americano Kyle Kondik, do Centro de Política da Universidade da Virgínia.

"Mereça ou não as críticas, elas são algo inevitável de nosso sistema bipartidário. Atualmente, há 50% de chances de conseguir a reeleição. Os números econômicos e as pesquisas não o favorecem, mas há tempo para se recuperar", acrescenta Kondik, para quem as eleições dependerão em grande medida de quem for decidido para a candidatura republicana.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaCrise econômicaEleiçõesEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticaPolíticos

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'