Mundo

Obama elogia Brasil como potência democrática

Obama disse que Brasil tornou-se uma economia poderosa e uma democracia próspera que tem muitos valores partilhados com os Estados Unidos

Em discurso no Rio, Obama disse que Brasil tonou-se uma economia poderosa e uma democracia próspera que tem muitos valores partilhados com os Estados Unidos (Valter Campanato/ABr)

Em discurso no Rio, Obama disse que Brasil tonou-se uma economia poderosa e uma democracia próspera que tem muitos valores partilhados com os Estados Unidos (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2011 às 19h14.

Rio de Janeiro - O presidente norte-americano, Barack Obama, elogiou no domingo a ascensão do Brasil como uma potência mundial democrática durante discurso para convidados no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Na fala transmitida ao vivo pela TV, ele disse que o Brasil emergiu de décadas de pobre desempenho econômico para se tornar uma economia poderosa e uma democracia próspera que tem muitos valores partilhados com os Estados Unidos.

O velho discurso de que o Brasil sempre seria um "país do futuro" por causa de seu potencial não desenvolvido já não pode ser usado, ele disse.

"Para o povo do Brasil, o futuro chegou", afirmou Obama, recebendo um caloroso aplauso dos cerca de 2.000 convidados que acompanhavam no Theatro Municipal o seu discurso, inicialmente programado para ser num palco na praça da Cinelândia.

Mas na sexta-feira, os organizadores da visita decidiram pela mudança do local do discurso citando preocupações com a realização de um evento ao ar livre.

Obama, que busca melhorar as relações com o Brasil após um período marcado por tensões, concentrou-se fortemente na cultura e história compartilhada pelos dois países, incluindo a sua luta contra as potências coloniais e do seu povo multicultural.

"Nos tornamos colônias de coroas distantes, mas logo declaramos nossa independência. Recebemos ondas de imigrantes em nossas terras e eventualmente limpamos a mancha da escravidão", afirmou.

Sobre o momento dos dois países no cenário internacional, Obama disse que Brasil e EUA "nem sempre concordaram sobre todas as coisas" e que diferenças de opinião continuarão a existir no futuro.

Mas disse que gostaria de ser um parceiro do país para vencer os desafios que estão à frente. "Comprometidos com o progresso que podemos fazer juntos".

Citou a disponibilidade de companhias norte-americanas de colaborarem nos trabalhos de infra-estrutura visando as Olimpíadas.

Algumas reações

Entre os presentes, o sentimento geral foi de simpatia às palavras de Obama. Existiram algumas ressalvas.

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, uma das convidadas para o evento no Theatro Municipal, considerou a fala do presidente "abrangente", mas sentiu falta de uma discussão ambiental.


"Imaginava que ele pudesse dar uma ênfase nas responsabilidades que temos com as gerações presentes e as futuras gerações", afirmou ela.

Marina acrescentou que "a questão das energias renováveis são importantes, mas se não forem aprofundadas as questões de agir, produzir e consumir ... acho que perde a potência da necessidade de transformação do modelo de desenvolvimento".

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) elogiou o discurso de Obama, mas esperava que o presidente dos Estados Unidos mencionasse o fim do embargo econômico a Cuba.

"Talvez faça isso no Chile, por haver uma proximidade maior entre as línguas dos dois países", disse.

Do lado de fora do Theatro Municipal, na praça da Cinelândia, pequenos grupos fizeram protestos pacíficos contra sua presença.

Portando bandeiras vermelhas de partidos políticos como PCdoB, PSTU e do PT, os manifestantes vaiaram quando a comitiva do presidente chegou ao teatro.

Obama, no entanto, usou um acesso lateral sem visão do público para entrar e sair do local, que teve seu entorno isolado por militares armados do Exército.

Obama e sua família devem deixar o Rio na manhã de segunda-feira, quando partem para o Chile e, dias depois, a El Salvador.
 

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaBrasil-EUADiplomaciaPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês