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Obama eleva pressão sobre republicanos sobre abismo fiscal

O presidente norte-americano pediu que a população exija que cortes de impostos sejam ampliado para todos, com exceção dos ricos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 18h11.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pegou a estrada nesta sexta-feira para elevar a pressão sobre republicanos nas negociações relativas ao abismo fiscal, pedindo que os norte-americanos apoiem seus esforços para aumentar os impostos que incorrem sobre os mais ricos ao mesmo tempo em que as desonerações para a classe média são estendidas.

Em visita de fim de ano a uma fábrica de brinquedos, Obama retratou republicanos como avarentos que perigam empurrar o país rumo ao abismo fiscal em vez de firmar um acordo para evitar as altas de impostos e os cortes de gastos que passam a valer em janeiro na ausência de uma intervenção do Congresso.

"Se o Congresso não fizer nada, todas as famílias nos Estados Unidos verão seus impostos aumentarem automaticamente em 1º de janeiro", disse Obama em uma fábrica no subúrbio da Filadélfia. "É um pouco como o pedaço de carvão que as crianças levadas ganham no Natal. É um Natal de avarentos".

A questão imediata é se as desonerações originadas durante o mandato do ex-presidente George W. Bush devem ser estendidas para além de 31 de dezembro a todos os contribuintes --incluindo os ricos--, como desejam republicanos, ou apenas para contribuintes com renda abaixo de 250 mil dólares, como Obama e seus partidários democratas desejam.

Na fábrica do Rodon Group, Obama disse que norte-americanos devem exigir que republicanos estendam os cortes de impostos para todos menos os ricos, o que abrangeria 98 por cento da população, aliviando temores públicos sobre um aumento de impostos que, segundo economistas, poderia levar o país a uma recessão.


"Nós já concordamos (...) em garantir que os impostos para a classe média não cresçam. Então vamos fazê-lo. Vamos seguir em frente e extinguir o medo para a vasta maioria das famílias norte-americanas, para que elas não tenham com o que se preocupar", disse Obama.

"HÁ UM IMPASSE"

Em Washington, o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, disse que aumentar os impostos sobre qualquer um consiste em um enfoque errado, e disse que Obama não foi sério nas negociações relativas ao abismo fiscal.

"Há um impasse. Não vamos mentir para nós mesmos", disse o deputado de Ohio.

As bolsas de valores permaneceram complacentes nesta sexta-feira, apesar dos sinais de um beco sem saída em Washington. Muitos investidores acreditam que se chegará a um acordo no último minuto.

"Não há sinais que indiquem isso na retórica, mas há expectativas de que isso vá acontecer", disse o diretor da Goldman Management em Short Hills, Nova Jersey, Steve Goldman. "A retórica vai ficar pior antes de melhorar", completou.

A viagem de Obama à Pensilvânia faz parte de um esforço renovado de relações públicas em relação às negociações sobre o abismo fiscal --um esforço que, por sinal, enfureceu republicanos. Boehner classificou-o como "volta olímpica" na quinta-feira, e rejeitou as propostas de Obama para evitar o abismo fiscal.


"Isso nos diz que ele não está interessado em negociar. Ele está mais interessado em viajar ao redor do país tentando fazer campanha", disse o deputado Jim Gerlach, republicano da Pensilvânia, à emissora de TV CNBC nesta sexta-feira.

O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, principal negociador de Obama nas conversas, participará de talk shows televisionados no domingo.

A Casa Branca continuará defendendo sua posição na semana que vem, quando Obama pretende reunir-se com um grupo bipartidário de governadores na terça-feira.

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