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Obama e Raúl Castro se reúnem e discutem cooperação

O presidente dos Estados Unidos trocou um aperto de mãos com o presidente cubano em um raro encontro bilateral entre os líderes

O presidente cubano, Raúl Castro (E), em encontro com o presidente americano, Barack Obama (Kevin Lamarque/Reuters)

O presidente cubano, Raúl Castro (E), em encontro com o presidente americano, Barack Obama (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2015 às 17h23.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, trocou um aperto de mãos com o presidente cubano, Raúl Castro, nesta terça-feira, na Organização das Nações Unidas, em um raro encontro bilateral entre os líderes dos ex-rivais da Guerra Fria que trabalham para melhorar as relações após décadas de hostilidade.

A Casa Branca informou que os dois discutiram os próximos passos que cada governo pode adotar para aprofundar a cooperação. Obama "saudou o progresso feito no estabelecimento de relações diplomáticas, e ressaltou que as reformas contínuas em Cuba podem aumentar o impacto de mudanças regulatórias nos EUA", disse a Casa Branca em comunicado sobre o encontro.

Raúl Castro, no primeiro discurso de um presidente cubano na ONU desde que seu irmão, Fidel, participou da Cúpula do Milênio, em 2000, disse na segunda-feira que os dois países só podem normalizar laços após Washington encerrar o embargo comercial e devolver a base naval norte-americana de Guantánamo para o controle cubano.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, disse que Raúl enfatizou os dois pontos no encontro com Obama, que ele chamou de "respeitoso e construtivo". Os dois presidentes trocaram aperto de mão pela primeira vez no funeral de Nelson Mandela, em dezembro de 2013.

Raúl Castro e Obama surpreenderam o mundo em dezembro ao anunciarem a distensão nas relações após três décadas de animosidade. Em 20 de julho, Washington e Havana restauraram relações diplomáticas após uma ruptura de 54 anos.

Obama disse à ONU na segunda que estava confiante de que o Congresso dos EUA vai finalmente retirar o embargo. Sua administração informou que não planeja devolver a base naval, embora esteja trabalhando arduamente para fechar a controversa prisão no local.

Os dois líderes e suas delegações se encontraram às margens da Assembleia-Geral da ONU. Eles demonstraram um relacionamento positivo, levantando de seus assentos para apertar as mãos.

Obama e Raúl Castro só interagiram algumas vezes, incluindo um encontro na Cúpula das Américas, anteriormente neste ano, um telefonema no ano passado quando concordaram pela primeira vez em iniciar uma relação entre os países, e um telefonema na semana passada.

"O ritmo do processo para a normalização das relações entre Cuba e Estados Unidos dependerá da retirada do bloqueio", disse Rodríguez.

Autoridades dos EUA afirmaram sob condição de anonimato que podem considerar a abstenção durante votação na Assembleia-Geral da ONU no próximo mês para condenar o embargo de Washington a Cuba, desde que a linguagem da resolução seja atenuada.

Em 27 de outubro, Cuba apresentará a resolução anti-bloqueio, segundo Rodríguez. "Enquanto o bloqueio persistir, continuaremos a apresentar esses projetos de resolução", acrescentou.

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