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Obama diz ter "reduzido diferenças" com republicanos sobre o orçamento

Presidente afirma que está mais próximo da oposição no Congresso para evitar paralização da gestão

Obama afirma que os dois partidos devem compreender que um fechamento do Governo federal afetará a população (Spencer Platt/Getty Images)

Obama afirma que os dois partidos devem compreender que um fechamento do Governo federal afetará a população (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2011 às 05h54.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não alcançou nesta quarta-feira um acordo definitivo sobre o orçamento federal com os líderes do Congresso, mas assegurou ter "reduzido diferenças" para evitar a paralisação do Governo.

"Conseguimos reduzir nossas diferenças e esclarecer alguns assuntos-chave", assegurou Obama aos jornalistas após se reunir no Salão Oval com o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, e o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

O encontro, convocado pela Casa Branca de urgência após considerar "insuficiente" o progresso para evitar o fechamento das agências federais na sexta-feira, começou pouco depois das 18h (horário de Brasília) e se prolongou durante mais de uma hora e meia.

Os líderes do Congresso se comprometeram a colocar suas respectivas equipes para "trabalhar toda a noite" e apresentar suas conclusões à Casa Branca na manhã desta quinta-feira. "Se não houver progresso então, voltaremos a dialogar sobre isso", indicou Obama.

"Não há nenhuma razão para que não possamos conseguir isso", avaliou o presidente. "O fechamento do Governo teria ramificações em toda a economia, em um momento no qual ainda não nos recuperamos de uma recessão. Isso seria imperdoável", sentenciou.

Obama disse que os dois partidos devem compreender, com "sentido de urgência", que um fechamento do Governo federal - algo que não ocorre desde 1996, durante o mandato de Bill Clinton - teria "consequências reais para gente real".

A paralisação administrativa afetaria cerca de 800 mil funcionários federais, obrigaria a fechar os parques nacionais e deteria o processo de devolução de impostos por parte da Fazenda americana (Internal Revenue Service).

Neste cenário, seriam mantidas as atividades imprescindíveis para "garantir a proteção da vida e da propriedade", ou seja, as Forças Armadas e a Polícia, mas o pagamento dos salários seria interrompido.

Em declarações a jornalistas na Casa Branca, Boehner ressaltou que os dois partidos ainda têm "diferenças importantes" quanto aos fundos federais, mas se comprometeu a seguir trabalhando, porque "ninguém quer o fechamento do Governo".

Reid, por sua vez, demonstrou confiança em que haverá um acordo e considerou que a reunião contribuiu para "aproximar posturas".

Sexta-feira é a data limite para que o Congresso aprove um orçamento para o ano fiscal corrente.

Os democratas propuseram cortes de US$ 33 bilhões para fazer frente ao déficit fiscal do país, que finalizará este ano fiscal em torno de US$ 1,5 trilhão.

Para os republicanos, a quantia é insuficiente, pelo que propuseram uma nova prorrogação de duas semanas condicionada a cortes orçamentários adicionais de US$ 12 bilhões, algo que os democratas e a Casa Branca rejeitam.

A reunião desta quarta-feira é a segunda convocada nesta semana pela Casa Branca para tentar alcançar um acordo e também a segunda encerrada com as mãos vazias, depois que Obama se reuniu na terça-feira com legisladores republicanos sem chegar a um acordo.

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