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Obama diz que rival não é confiável; Romney apela a famílias

Os dois candidatos estão concentrando seus esforços nesta semana nos estados indecisos, como Iowa e Nevada, que serão fundamentais no resultado final do pleito

Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, participa de comício em Delray, na Flórida (REUTERS/Kevin Lamarque)

Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, participa de comício em Delray, na Flórida (REUTERS/Kevin Lamarque)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 19h15.

Washington - O presidente dos Estados Unidos e candidato democrata à reeleição, Barack Obama, alertou nesta quarta-feira aos eleitores de Iowa que não se pode confiar em seu rival republicano, Mitt Romney, que em Nevada enfatizou que as eleições do dia 6 de novembro decidirão o que é o melhor para "as famílias" americanas.

Os dois candidatos estão concentrando seus esforços nesta semana nos estados indecisos, como Iowa e Nevada, que serão fundamentais no resultado final do pleito.

"Não há um assunto mais sério em uma campanha presidencial que a confiança", disse Obama em um comício em Davenport (Iowa), no qual destacou que as propostas que ele defende hoje são as mesmas que apoiava há oito ou dez anos.

Durante as últimas semanas o presidente acusou o candidato republicano à Casa Branca de mudar de posição sobre diversas questões e transformou essa suposta falta de coerência em um dos pilares dos ataques a seu rival.

"Tenho um plano que realmente criará empregos, reduzirá o déficit e aumentará a segurança da classe média", ressaltou o líder americano em um comício focado na economia, a principal preocupação dos eleitores.

Além disso, em resposta às críticas republicanas que Obama dedica tempo demais a atacar Romney e pouco a dizer o que fará se conseguir um segundo mandato, a campanha democrata divulgou um documento de 20 páginas intitulado "O projeto para o futuro dos Estados Unidos" e que contém as principais propostas do governante.

Entre elas aparece uma maior despesa em educação, impulso à criação de empregos no setor manufatureiro, redução da dependência do petróleo estrangeiro, aumento dos impostos aos mais ricos e construção de mais estradas, pontes e escolas.


Iowa foi a primeira parada de uma maratona para Obama na qual fará campanha em Denver (Colorado), depois gravará em Los Angeles (Califórnia) uma aparição no programa "The Tonight Show", de Jay Leno, e finalmente dará um comício em Las Vegas (Nevada).

Em Iowa Romney terminará o dia após ter feito campanha em Reno (Nevada), onde hoje enfatizou que nessas eleições serão tomadas decisões que "impactarão" na vida das famílias americanas.

Durante um comício interrompido constantemente pelos aplausos do público a palavra "família" foi a mais pronunciada por Romney.

"Farei tudo o que esteja em minhas mãos para manter o país forte e as famílias fortes", prometeu o republicano.

Também alertou que, se Obama for reeleito, a dívida pública americana chegará aos "US$ 20 trilhões" em quatro anos.

Além disso, Romney assegurou que os três debates entre ele e Obama, assim como o tête-à-tête entre os candidatos a vice-presidente, "impulsionaram" a campanha republicana e enfraqueceram os democratas.

O ex-governador não falou em seu comício em Reno sobre a polêmica suscitada por declarações de Richard Mourdock, candidato republicano ao Senado pelo estado de Indiana, nas quais vinculou as gravidezes provocadas por estupros com a vontade divina.


"Me dei conta que a vida é o presente de Deus. E acho que, inclusive quando a vida começa em uma situação horrível de estupro, é algo que Deus queria que acontecesse", afirmou Mourdock ontem em um debate televisado com o democrata com quem compete em Indiana.

Em entrevista coletiva hoje, Mourdock admitiu "falta de clareza" em suas palavras e lamentou "profundamente" a interpretação feita pela imprensa, mas evitou desculpar-se por seu conteúdo.

A campanha republicana indicou que Romney está "totalmente em desacordo com o que disse" Mourdock, mas não lhe retirou o apoio na corrida pelo Senado.

Por outro lado, o multimilionário Donald Trump ofereceu-se nesta quarta-feira a doar US$ 5 milhões a uma organização caridosa se Obama divulgar documentos pessoais, como sua solicitação de passaporte e de ingresso e permanência na universidade.

Trump, que flertou com uma possível candidatura republicana e não esconde sua torcida para que Romney vença as eleições, uniu-se assim às velhas insinuações entre alguns setores da oposição sobre Obama não ter nascido nos EUA, o que o impossibilitaria de ser presidente do país. 

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