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Obama diz que poucas tropas podem continuar no Afeganistão

Segundo ele, se forem resolvidas as diferenças com o governo afegão, um número reduzido de tropas americanas poderá permanecer no país em 2015


	Tropas americanas patrulham a aldeia de Sangsar, no Afeganistão: os EUA têm atualmente 38 mil militares em território afegão como parte da missão da Isaf
 (Romeo Gacad/AFP)

Tropas americanas patrulham a aldeia de Sangsar, no Afeganistão: os EUA têm atualmente 38 mil militares em território afegão como parte da missão da Isaf (Romeo Gacad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 05h40.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que, se forem resolvidas as diferenças com o governo afegão, um número reduzido de tropas americanas poderá permanecer no Afeganistão em 2015, mas isso não evitará a declaração do fim da guerra no país asiático no final deste ano.

"Se o governo afegão assinar o acordo de segurança que negociamos, é possível que um destacamento reduzido de soldados americanos permaneça no Afeganistão com os aliados da Otan para realizar duas missões limitadas: treinar e fornecer assistência às forças afegãs e realizar operações antiterroristas para perseguir o que restou da Al Qaeda", disse Obama.

"Porque, mesmo que mude nossa relação com o Afeganistão, uma coisa não vai a mudar: nossa determinação para impedir ataques terroristas contra nosso país", acrescentou o presidente em seu discurso do Estado da União no Congresso.

Obama prometeu que, "agora que as forças afegãs estão no comando de sua própria segurança", os EUA vão cumprir seu acordo com a Otan e concluir a missão antes do fim deste ano.

"Concluiremos a missão ali junto com nossos aliados no final deste ano e a guerra mais longa da história americana chegará ao seu fim", garantiu.

Os EUA têm atualmente 38 mil militares em território afegão como parte da missão da Aliança Atlântica no Afeganistão (Isaf), que também conta com 19 mil soldados de outros países.


O número de tropas que permanecerá no país a partir de 2015 continua sendo uma dúvida, pois o presidente afegão, Hamid Karzai, não assinou ainda o acordo bilateral com os EUA para regulamentar a segurança a partir de 2014, à espera, previsivelmente, do resultado das eleições presidenciais de abril.

A indecisão de Karzai estremeceu nas últimas semanas as relações entre EUA e Afeganistão, que nesta segunda-feira sofreram um novo revés com a decisão do governo afegão de libertar 37 prisioneiros da prisão de Bagram, anteriormente dirigida pelos Estados Unidos.

O governo americano condenou essa medida, pois considera esses prisioneiros como perigosos por terem participado de ataques diretos contra seus militares e as forças armadas afegãs.

A isso se soma uma informação publicada também ontem pelo jornal "The Washington Post", segundo a qual Karzai suspeita que os EUA estariam por trás de vários atentados atribuídos a insurgentes no país, com a finalidade de enfraquecer seu governo e fomentar a instabilidade no Afeganistão.

A Casa Branca afirmou na semana passada que mantém aberta a possibilidade de não deixar nenhum soldado no Afeganistão após o fim da missão da Otan, especialmente se persistem as diferenças com o país asiático.

O Departamento de Defesa propôs que o total de tropas no país asiático após o fim da missão da Isaf seja de 10 mil, um número que considera necessário para proteger diplomatas e funcionários de inteligência, ou que seja feita uma retirada completa.

Precisamente no ano passado, Obama aproveitou seu discurso sobre o Estado da União para anunciar que 34 mil militares retornariam do Afeganistão no prazo de um ano. 

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