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Obama diz que o tempo para um acordo da dívida está se esgotando

O presidente e os democratas querem aumentar os impostos aos contribuintes mais ricos, medida inadmissível para seus adversários

Barack Obama: "se não pudermos alcançar o melhor acordo possível, tentaremos ao menos conseguir um acordo básico sobre a redução do déficit" (Saul Loeb/AFP)

Barack Obama: "se não pudermos alcançar o melhor acordo possível, tentaremos ao menos conseguir um acordo básico sobre a redução do déficit" (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2011 às 15h41.

Washington - O presidente Barack Obama afirmou nesta sexta-feira que o tempo dos Estados Unidos para chegar um acordo sobre o aumento do limite a dívida federal e evitar um default está se esgotando.

"Obviamente, o tempo está se esgotando e o que disse aos membros do Congresso é que eles têm as próximas 24 a 36 horas para me dar uma ideia do plano para elevar o teto da dívida através de um mecanismo apropriado", afirmou o chefe de Estado em coletiva de imprensa na Casa Branca.

Obama referiu-se a seus adversários republicanos afirmando que, "se me mostrarem um plano sério, estou disposto a considerá-lo", mas antecipou que uma proposta orçamentária sem aumento de impostos "não é um plano sério".

"Continuo buscando um acordo amplo. Mas também disse que, se não pudermos alcançar o melhor acordo possível, tentaremos ao menos conseguir um acordo básico sobre a redução do déficit", acrescentou.

O presidente e os democratas querem aumentar os impostos aos contribuintes mais ricos, medida inadmissível para seus adversários, defensores do corte de gastos sociais para obter recursos.

Os republicanos consideram um plano em longo prazo, que ligue o aumento da dívida americana - atualmente em 14,3 trilhões de dólares - à aprovação de uma emenda constitucional que exija equilibrar o orçamento.

A proposta - que será apresentada no Congresso na próxima semana - inclui 2,5 trilhões de cortes de gastos, congelamento dos gastos governamentais em uma porcentagem determinada pelo PIB e uma emenda sobre o equilíbrio do orçamento, mas não inclui qualquer aumento de impostos, como propõe Obama e os democratas para aumentar as rendas.


O presidente lamentou que os republicanos estejam bloqueados por causa de suas posições ideológicas.

"Oitenta por cento dos americanos apoiam um acordo equilibrado. Oitenta por cento dos americanos apoiam um acordo que inclua rendas e inclua cortes", afirmou ainda.

"O problema é que há membros do Congresso bloqueados ideologicamente em várias posições por causa de declarações prévias", acrescentou.

Aludindo à iminência de um default, em 2 de agosto, o presidente concluiu, no entanto, que "ao contrário do que algumas pessoas falam, não somos a Grécia, não somos Portugal".

Na véspera, Obama aos republicanos que não brinquem com a dívida federal, advertindo que o povo americano vai perder a paciência se o Congresso não concluir as negociações.

"Penso que em um dado momento os americanos vão perder a paciência se perceber que (os políticos) estão brincando e não levam a sério os problemas", disse Obama ao canal CBS3 da Filadélfia (Pensilvânia).

A entrevista foi gravada antes da quinta reunião consecutiva na Casa Branca para negociar a questão do orçamento.

Segundo uma pesquisa divulgada na quinta-feira, a opinião pública americana vai responsabilizar mais a oposição republicana do que o presidente Obama caso nenhuma solução seja encontrada para a crise da dívida.

A pesquisa aponta que 48% dos participantes responsabilizarão os republicanos se o teto da dívida não for elevado, enquanto 34% reprovaria Obama, segundo a enquete elaborada pela Universidade de Quinnipiac.

O estudo foi divulgado num contexto em que o presidente democrata e a oposição republicana estão em negociações para aumentar o limite legal da dívida pública, estabelecido atualmente em 14,29 trilhões de dólares, mas já atingido em maio. O departamento do Tesouro advertiu que a partir do dia 2 de agosto não terá mais fundos para cumprir com as suas obrigações.

A pesquisa afirma que 56% dos americanos desaprovam a maneira como Obama conduz a economia, contra 38% de aprovação. No entanto, 45% confiam mais no presidente do que nos congressistas republicanos, 36% se manifestam no sentido contrário.

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