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Obama diz que Guantánamo é "uma mancha na honra" dos EUA

Obama, que em janeiro passará o bastão para o republicano Donald Trump, argumentou que "muitos líderes militares" apoiam a ideia de fechar Guantánamo

Guantánamo: "Até que o Congresso mude de rumo (em relação a Guantánamo), a história continuará a julgá-lo duramente" (Mladen Antonov/AFP)

Guantánamo: "Até que o Congresso mude de rumo (em relação a Guantánamo), a história continuará a julgá-lo duramente" (Mladen Antonov/AFP)

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EFE

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 22h02.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, opinou nesta terça-feira que a prisão de Guantánamo, em Cuba, é "uma mancha na honra nacional" americana, e lamentou que o Congresso não tenha cooperado com ele para fechar o local, como prometeu logo quando chegou ao poder em 2009.

"Até que o Congresso mude de rumo (em relação a Guantánamo), a história continuará a julgá-lo duramente, e eu seguirei fazendo tudo o que puder para eliminar esta mancha em nossa honra nacional. Estamos gastando centenas de milhões de dólares para manter menos de 60 pessoas em um centro de detenção em Cuba. Isso não é ser fortes", disse Obama em seu último discurso sobre política externa, em Tampa, no estado da Flórida.

Obama, que em 20 de janeiro passará o bastão para o republicano Donald Trump, argumentou que "muitos líderes militares" apoiam a ideia de fechar Guantánamo, e lembrou que ao longo de sua presidência trabalhou para reduzir o número de 242 reclusos que havia quando chegou ao poder para os 59 que permanecem no local.

"Mas a política do medo levou o Congresso a prevenir que nenhum preso fosse transferido a prisões nos Estados Unidos", explicou, o que levou seu governo a negociar com outros países para que recebessem esses reclusos, a maioria deles detidos durante anos sem acusações.

O líder americano argumentou que "frequentemente" os aliados dos EUA não entregam suspeitos de crimes "por temor que acabem em Guantánamo", e que o Estado Islâmico (EI) usa a prisão como "ferramenta de recrutamento" de combatentes, por ser um exemplo de detenção fora dos padrões da justiça ordinária.

Os presos que ficam em Guantánamo são alguns dos detidos no começo da guerra contra o terrorismo após os atentados de 2001, e os EUA resistem a libertá-los por garantirem ter "provas sólidas de que cometeram atos terroristas" contra o país, segundo Obama.

Isso impossibilitará que o governo de Obama feche totalmente a prisão na base naval americana, que Trump prometeu encher de "homens maus".

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