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Obama disse que subestimou ameaça implantada por ataques hackers

Presidente americano reconheceu que seu governo não se preveniu adequadamente para evitar ataques cibernéticos durante as eleições presidenciais

Obama e Putin: presidente americano reconheceu que seu governo não se preveniu para ataques hackers (Getty Images)

Obama e Putin: presidente americano reconheceu que seu governo não se preveniu para ataques hackers (Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de janeiro de 2017 às 14h31.

Última atualização em 8 de janeiro de 2017 às 14h33.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu que seu governo não se preveniu adequadamente quanto à ameaça de outros países a sociedades democráticas por meio de ataques hackers e de desinformação. Obama concedeu uma entrevista exclusiva à ABC News, exibida neste domingo, após a divulgação de um relatório das agências de inteligência americanas que acusa a Rússia de orquestrar um modo de interferir nas eleições presidências dos EUA.

Perguntado se subestimou o presidente russo, Vladimir Putin, Obama disse que não. "Mas eu acho que subestimei esta nova era da informação, onde é possível que a desinformação promovida pelo hackeamento cibernético tenham impacto nas nossas sociedades abertas".

Obama disse que encomendou o relatório de inteligência, que não teve sua versão na íntegra divulgada ao público, em parte para ajudar a proteger futuras eleições de possíveis interferências tanto nos EUA quanto no exterior. O presidente disse, ainda, que os americanos terão que prestar atenção à possibilidade de ocorrência de incidentes semelhantes nas eleições de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O relatório, que também foi apresentado ao presidente eleito, Donald Trump, na sexta-feira, afirma que a campanha organizada pela Rússia visava impulsionar as chances de vitória do republicano e prejudicar sua rival democrata, Hillary Clinton. Isso se daria, em parte, por e-mails vazados e liberação de informações pessoais secretas de figuras importantes do Partido Democrata ligadas à campanha de Hillary.

Trump tem sido crítico das sugestões de que a Rússia o teria ajudado a ganhar as eleições, mas reconheceu, em uma declaração no Twitter dada na sexta-feira, que os ataques a contas de e-mail democratas podem ter sido feitos pela Rússia ou por outro país adversário dos EUA. O governo russo negou envolvimento na operação.

Na entrevista, Obama pediu que os republicanos vejam o relatório sem a "lente partidária" e disse que espera que o novo Congresso e Trump trabalhem juntos na questão. "Temos que nos lembrar que estamos na mesma equipe, mas Vladimir Putin não está em nossa equipe. Se chegarmos a um ponto em que as pessoas neste país sentem mais afinidade com um líder que é um adversário, então vamos ter problemas maiores do que apenas ataques hackers", disse.

 

 

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