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Obama deve reconhecer nova realidade em giro pela América Latina

O giro, que começará em 19 de março, o levará primeiro ao Brasil e ao Chile e nos dias 22 e 23 a El Salvador

Vontade de Obama é de que EUA diminuam gastos em US$ 1,1 tri nos próximos 10 anos (Alex Wong/Getty Images)

Vontade de Obama é de que EUA diminuam gastos em US$ 1,1 tri nos próximos 10 anos (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 22h02.

Washington - O presidente americano, Barack Obama, deve reconhecer a nova realidade da América Latina durante uma viagem que iniciará na próxima semana, um giro que deixará para trás a "visão assistencialista", indicaram nesta quinta-feira o chanceler de El Salvador e os embaixadores do Brasil e Chile.

O giro, que começará em 19 de março, o levará primeiro ao Brasil e ao Chile e nos dias 22 e 23 a El Salvador.

No Brasil, Obama não deve hesitar em abordar com a presidente Dilma Rousseff as relações com países difíceis para Washington como Venezuela, disse o embaixador brasileiro, Mauro Vieira.

"Ela pode a ele uma primeira impressão do bom diálogo que temos com todos os países" da região, explicou Vieira.

Obama deve fazer um discurso de política externa voltado para a região, mas ainda não se sabe se será em Santiago ou no Rio de Janeiro, disseram diplomatas chilenos e brasileiros.

Encontros com empresários ocuparão parte importante da agenda da visita no Brasil e no Chile, bem como uma reunião com a sociedade civil no Rio.

Com a visita de Obama se deve transcender um enfoque "culturalmente muito arraigado: (...) a visão assistencialista de que se vai nos visitar um presidente de um sócio importante, esta visita vai resolver por passe de mágica todos os problemas do país", disse o chanceler salvadorenho, Hugo Martínez.

"De forma alguma vai acontecer assim", disse Martínez, que está em Washington para finalizar os detalhes da visita de Obama. O presidente americano visitará El Salvador em 22 e 23 de março, no último trecho de sua viagem pela América do Sul e central.

"O que gostaríamos é que se reconhecesse o que a região é hoje em dia, que nos últimos dez, quinze anos, a América Latina mudou", explicou o embaixador adjunto chileno, Roberto Matus, em ato na Fundação Heritage com representantes dos três países que Obama visitará.

"E em segundo lugar reconhecer as diferenças de cada dias para a partir daí construir uma visão de longo prazo, uma aliança", acrescentou.

"A segurança é importante mas não porque seja uma preocupação para os Estados Unidos, mas para todos nós. Como a migração. Não é questão de saber o que vamos fazer para os Estados Unidos, mas o que vamos fazer para todos nós", acrescentou o embaixador salvadorenho, Francisco Altschul.

A segurança e a migração serão os dois temas centrais discutidos pelo presidente Mauricio Funes com Obama, disse o chanceler salvadorenho em um evento no centro de análise Diálogo Inter-americano.

Obama visita a América Latina com altos níveis de popularidade que mantém na região apesar das dificuldades políticas de seu governo nos Estados Unidos.

A visita será a 14ª de um presidente americano ao Brasil e a quarta ao Chile e El Salvador, informaram os diplomatas.

Devido à curta duração das escalas, Obama não visitará em nenhuma das capitais os respectivos Congressos, descreveram os embaixadores.

Em El Salvador, também devido ao tempo escasso, "a agenda não inclui contatos além dos oficiais", embora se estude a possibilidade de que Obama e Funes visitem um local "que seja muito emblemático para os salvadorenhos", disse Martínes, sem dar maiores detalhes.

"Há essa expectativa generalizada" com a visita de Obama, disse o chanceler.

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