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Obama destaca relações com Índia, 'uma potência mundial'

Em visita a Nova Délhi, o presidente norte-americano anunciou acordos bilaterais de US$ 10 bilhões

O presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh (Daniel Berehulak/Getty Images)

O presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh (Daniel Berehulak/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2010 às 09h22.

Nova Délhi - Em seu terceiro dia de visita à Índia, o presidente americano Barack Obama ressaltou a força das relações entre este país e os Estados Unidos, prudentemente evitando a espinhosa questão da Caxemira, região disputada entre Nova Délhi e Islamabad.

Obama foi recebido com todas as honras na capital indiana, última etapa de sua visita, que começou no sábado por Mumbai. Lá, afirmou que os dois países estão "unidos" contra o terrorismo e anunciou acordos comerciais bilaterais no valor de 10 bilhões de dólares.

O presidente considerou que Estados Unidos e Índia impulsionam os princípios da democracia e dos direitos humanos, que frequentemente são ignorados no mundo, gerando conflitos e incompreensão entre as nações.

"Para nossos dois países, estar juntos para promover estes princípios nos fóruns internacionais pode ser incrivelmente forte e importante", disse Obama, em uma entrevista coletiva com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh.

Pouco antes, Obama afirmou que as relações entre Washington e Nova Délhi serão "uma das grandes associações do século XXI", evocando a responsabilidade compartilhada pelas "duas maiores democracias do mundo" na "promoção da paz, da estabilidade e da prosperidade, não só para nossas duas nações, mas também para o mundo inteiro".

"A Índia não é simplesmente um país emergente, é agora uma potência mundial", declarou Barack Obama à imprensa, depois de passar revista uma guarda de honra em uma cerimônia organizada no palácio presidencial.

Singh, por sua vez, garantiu que Índia e EUA vão trabalhar como "sócios iguais" para promover a paz e a estabilidade no mundo.


Especialistas de política externa estimam que os Estados Unidos apoiam a Índia no terreno econômico e diplomático por considerá-la um bom contrapeso frente a uma China cada vez mais poderosa.

Mas os elogios americanos se devem também ao fato de que o crescimento da economia indiana acontece e se consolida em um contexto de crise financeira que afetou profundamente os países ocidentais.

Os laços entre Nova Délhi e Washington, caracterizados pela desconfiança e, ocasionalmente, pela hostilidade (durante a Guerra Fria), tiveram um recomeço nos anos 90 por iniciativa do então presidente Bill Clinton, e desde então foram continuamente estimuladas por seu sucessor, George W. Bush.

Obama declarou que responderia mais tarde no Parlamento indiano a uma questão chave para a Índia na esfera desta nova associação estratégica: o desejo do país de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Inevitavelmente, devido ao apoio dado pelos Estados Unidos ao Paquistão na luta contra o terrorismo, Obama deve responder a uma pergunta sobre a Caxemira, região disputada entre os dois vizinhos.

Desde sua independência, em 1947, Índia e Paquistão já lutaram três guerras, duas delas pela Caxemira, região fronteiriça que tem dois terços controlados por Nova Délhi; os dois países, no entanto, clamam a totalidade de seu território.

Obama afirmou nesta segunda-feira que os Estados Unidos não podem impor uma solução sobre a disputada região da Caxemira ou sobre qualquer outro conflito entre Índia e Paquistão.

"Acredito que Paquistão e Índia têm interesse em reduzir suas tensões" bilaterais, declarou Obama, depois de se reunir com o primeiro-ministro Manmohan Singh. "Mas os Estados Unidos não podem impor uma solução para estes problemas".

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