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Obama defenderá liberdade de expressão em discurso em Cuba

Obama, que chegou ontem à ilha em uma visita histórica, reconheceu que seu governo e o cubano seguem tendo "diferenças significativas"


	Obama em Cuba: "Basicamente, não cabe a gente determinar a forma de governo em Cuba nem sua economia"
 (REUTERS/Carlos Barria)

Obama em Cuba: "Basicamente, não cabe a gente determinar a forma de governo em Cuba nem sua economia" (REUTERS/Carlos Barria)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2016 às 12h13.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defenderá as liberdades de expressão e reunião, assim como do direito a praticar a própria fé em seu aguardado discurso televisionado de amanhã em Havana dirigido ao povo cubano.

"Vou afirmar que nós pensamos que os valores nos quais acreditamos são universais, que todas as pessoas aspiram à liberdade de expressão e reunião, que todas as pessoas aspiram a poder praticar sua fé sem coação do governo e que a prova dos modelos econômicos pode ser vista ao redor do mundo", adiantou o líder hoje.

Em entrevista à rede "ABC News", ele disse que manterá o mesmo tom usado durante todo o processo.

"Basicamente, não cabe a gente determinar a forma de governo em Cuba nem sua economia", acrescentou.

Obama, que chegou ontem à ilha em uma visita histórica, reconheceu que seu governo e o cubano seguem tendo "diferenças significativas sobre os direitos e liberdades individuais" dentro de Cuba.

"Sentimos que vir agora maximizará nossa habilidade para impulsionar mais mudanças, particularmente porque isto (a visita) foi bem recebido pelos cubanos, com enorme popularidade", sustentou.

Ontem, horas antes da chegada de Obama, 50 Damas de Branco e outros opositores, como o grafiteiro "El Sexto", foram detidos em Havana, após uma manifestação que foi respondida com uma contramanifestação de repúdio por partidários do governo.

Estes incidentes se repetiram, com diferente intensidade, por 46 domingos consecutivos, dia em que o grupo dissidente feminino Damas de Branco, composto por mães e esposas de presos políticos, realiza suas marchas pacíficas para reivindicar respeito aos direitos humanos na ilha.

O presidente americano lembrou que a teoria de seu governo sempre foi de que para impulsionar mudanças na ilha é fundamental "abrir mais interação entre Cuba e Estados Unidos, e particularmente, entre cubano-americanos e a ilha".

"Raúl Castro está em uma posição única nesta transição geracional para estabelecer os fundamentos que permitam o progresso do país e nós queremos acompanhar este processo. É muito importante que não sejamos vistos como agentes da mudança. Encorajemos que sejam os cubanos os propulsores dessa mudança. Até os que não concordam com Castro são apaixonadamente nacionalistas", afirmou Obama.

Perante as críticas da maioria da oposição republicana nos Estados Unidos, Obama defendeu que o momento de sua viagem e do impulso da abertura com Cuba o "é certo".

"Obviamente, nossa intenção era que a bola começasse a rolar, sabíamos que a mudança não ia acontecer da noite para o dia", disse.

Entre os progressos deste ano e três meses de normalização de relações com Cuba, o líder destacou a reabertura de embaixadas e uma certa abertura em reformas econômicas do governo cubano.

Obama, que começou ontem sua viagem de três dias a Cuba, é o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício que visita à ilha em quase 90 anos e o único que fez isso desde o triunfo da revolução castrista, em 1959.

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