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Obama: de candidato da esperança a presidente do possível

"O progresso é difícil. A mudança pode ser lenta", reconheceu Obama em seus discursos, a poucas semanas de enfrentar nas urnas o republicano Mitt Romney


	O presidente americano Barack Obama: o exercício do poder pode ser frustrante para este advogado e professor de Direito Constitucional graduado em Harvard
 (Scott Olson/Getty Images/AFP)

O presidente americano Barack Obama: o exercício do poder pode ser frustrante para este advogado e professor de Direito Constitucional graduado em Harvard (Scott Olson/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2012 às 16h41.

Charlotte - Barack Obama chegou ao poder graças à promessa de esperança, mas, quando for designado pelos democratas candidato à reeleição, nesta quinta-feira, deverá assumir que os eleitores que o levaram à Casa Branca em 2008 estão decepcionados por não terem visto a mudança esperada.

"O progresso é difícil. A mudança pode ser lenta", reconheceu Obama em seus discursos, a poucas semanas de enfrentar nas urnas, em 6 de novembro, o republicano Mitt Romney, que acusa o presidente de não ter cumprido sua promessa de pôr em ordem os Estados Unidos e a economia americana.

Contudo, "se vocês ainda buscam essa visão dos Estados Unidos que temos no coração, a mudança virá", aponta Obama, no momento em que as pesquisas mostram uma disputa acirrada entre os dois candidatos, prova de um eleitorado decepcionado após sofrer a pior crise econômica em décadas.

Barack Hussein Obama, filho de um queniano e de uma americana, se lançou na carreira política na convenção democrata de 2004, em Boston, com um vibrante e apaixonado discurso com o qual apresentou sua visão de um consenso político.

Nascido no Havaí, foi, por sete anos, representante do decadente sul de Chicago no Senado de Illinois (norte). Em 2005, foi eleito para o Senado americano, e, graças a seu carisma e a sua eloquência, se tornou o queridinho da mídia.

Quatro anos mais tarde, teve uma ascensão meteórica ao chegar aos 47 anos à Casa Branca com sua esposa, Michelle, e suas duas filhas, depois de derrotar nas primárias democratas a favorita Hillary Clinton e nas presidenciais, o veterano republicano John McCain.

No entanto, o exercício do poder pode ser frustrante para este advogado e professor de Direito Constitucional graduado em Harvard, sobretudo após a conquista da Câmara de Representantes no fim de 2010 por parte dos republicanos, defensores do corte de gastos sem o aumento de impostos.


Um Congresso dividido (os democratas dominam o Senado) provocou constantes batalhas, que, inclusive, chegaram a colocar o país à beira de um default em 2011, que custou aos Estados Unidos um inédito rebaixamento da nota de sua dívida soberana.

Ao voltar a pedir os votos de seus compatriotas, Obama pode mostrar um balanço respeitável, que inclui uma reforma do sistema de saúde, promulgada em 2010 e validada dois anos depois pela Suprema Corte, e o chamado 'Obamacare', que busca dar proteção a 30 milhões de americanos.

Após sua chegada ao poder, Obama lançou um plano massivo para recuperar a economia, mas os republicanos afirmam que o desemprego, que chega a 8,3%, continua sendo mais alto do que no início de seu mandato e que a dívida pública segue crescendo.

Ainda assim, Obama reestruturou o setor automobilístico e impulsionou uma reforma para controlar as atividades de Wall Street.

Além disso, é o primeiro presidente americano a apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entretanto, não conseguiu implantar a prometida reforma migratória no país --onde vivem mais de 11 milhões de imigrantes ilegais-- e não trouxe nenhum avanço em direção às energias "verdes".

Em relação à sua política externa, Obama, que em 2002 ganhou notoriedade com um discurso contra a guerra no Iraque, cumpriu em 2011 sua promessa de retirar as tropas americanas do país.

Por outro lado, no Afeganistão, triplicou em menos de um ano o contingente militar, em uma tentativa de reacender a luta contra a Al Qaeda. Este mesmo esforço também foi buscado no Paquistão, onde alcançou sua conquista mais importante: a morte de Osama bin Laden em maio de 2011.

Se a chegada de um negro ao cargo mais alto da maior potência mundial pode ser considerada um feito histórico, 150 anos depois do fim da escravidão e de cinco décadas de lutas pelos direitos civis, Obama passa a imagem de homem comum.

O presidente é visto frequentemente jogando golfe, bebendo uma cerveja ou passeando com seu cachorro, e sempre interrompe sua jornada de trabalho para jantar com a família.

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