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Obama conclui visita a Israel e Palestina com vitória

Obama deixou a mensagem de que "a paz é possível" e contribuiu para o restabelecimento das relações entre os israelenses e a Turquia


	Crianças palestinas homenageiam Obama (c): minutos depois do Air Force One deixar o aeroporto Ben Gurion, o gabinete do primeiro-ministro israelense anunciou o restabelecimento de relações diplomáticas com Ancara.
 (Saul Loeb/AFP)

Crianças palestinas homenageiam Obama (c): minutos depois do Air Force One deixar o aeroporto Ben Gurion, o gabinete do primeiro-ministro israelense anunciou o restabelecimento de relações diplomáticas com Ancara. (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2013 às 15h26.

Jerusalém/Belém - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concluiu nesta sexta-feira sua visita a Israel e Palestina com a mensagem de que "a paz é possível" e a conquista de ter contribuído para o restabelecimento das relações entre os israelenses e a Turquia.

Minutos depois do Air Force One deixar o aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou em comunicado o restabelecimento de relações diplomáticas com Ancara.

"O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, falou hoje com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e ambos concordaram em restabelecer a normalização entre Israel e Turquia, incluído o envio de embaixadores e o cancelamento das medidas judiciais contra soldados do Exército israelense", informou a nota.

Os laços entre os dois países ficaram suspensos após o ataque, em maio de 2010, das forças de segurança israelenses à "flotilha da liberdade", que zarpou da Turquia com destino a Gaza, em um episódio que terminou com nove cidadãos turcos mortos.

De acordo com a nota, Netanyahu disse a Erdogan que teve "boas conversas com Obama sobre cooperação regional e a importância das relações entre Turquia e Israel". Além disso, o primeiro-ministro lamentou "a crise nas relações turco-israelenses".

Netanyahu também se comprometeu a resolver as diferenças entre os dois países com o objetivo de trazer "estabilidade à região". Sobre a flotilha, Netanyahu disse a Erdogan que as "trágicas consequências no Mavi Marmara (principal barco interceptado) não foram propositais" e lamentou "a perda de vidas" na ação.


A ligação telefônica entre os dois dirigentes aconteceu durante a reunião que Netanyahu e Obama mantiveram hoje em Jerusalém e que acabou atrasando a agenda do presidente americano.

A Casa Branca emitiu um comunicado oficial no qual afirmou que os "Estados Unidos destacam profundamente sua proximidade tanto com a Turquia como com Israel, e dá grande importância à restauração de relações positivas entre eles para avançar na paz e segurança regional", informou o jornal "Haretz".

Pouco antes, Obama concluiu sua visita de três dias a Israel e à Palestina, a primeira para a região desde que chegou à Casa Branca, em 2009, e por meio da qual tentou de dar um novo impulso ao processo de paz, paralisado desde 2010.

As duas partes receberam a visita de maneira diversa: os israelenses com entusiasmo e os palestinos frustrados por não terem escutado condenações mais duras aos assentamentos judaicos na Cisjordânia. Apesar disso, Obama conseguiu deixar sua mensagem de que a paz é possível e a negociação é o caminho.

Antes de se despedir de Netanyahu e do presidente israelense, Shimon Peres, em um breve ato em Tel Aviv, Obama viajou para a cidade cisjordaniana de Belém para uma visita privada à Basílica da Natividade, onde esteve acompanhado pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, a prefeita local, Vera Babún, e diversos líderes religiosos.

Em entrevista à agência palestina "Maan", Vera expressou seu descontentamento pela brevidade da estadia de Obama em Belém, embora tenha ressaltado que "é importante que venha, veja e escute porque necessitamos de fatos".


Durante toda a jornada, a agenda do líder foi atrasada pelo mau tempo, o que obrigou Obama a se deslocar em automóvel ao invés de um helicóptero e atravessar um posto de controle militar israelense junto à barreira de separação na Cisjordânia, que na altura de Belém é um muro de cerca de oito metros.

Os organismos de segurança palestino reforçaram a segurança na praça da basílica e centenas de policiais foram enviados para as ruas adjacentes, que ficaram fechadas por horas. A imprensa foi expulsa à força da praça minutos antes de Obama chegar no local.

Moussa Barhum, um cabeleireiro de Belém de 66 anos, mostrou-se convencido que "Obama está tentando ajudar a Palestina e Israel para que exista paz".

No entanto, seu vizinho Khalil Habez opinou que a viagem do presidente dos Estados Unidos à região "não vai conseguir nenhuma mudança" pois "é uma mera propaganda dos americanos com os israelenses".

Em Israel, Obama ainda visitou o Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad Vashem), onde afirmou que a criação do Estado de Israel, em 1948, não foi produto do Holocausto, e rendeu um tributo diante dos túmulos do ideólogo do Estado judeu, Teodoro Herzl, e do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, assassinado em 1995. 

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