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Obama busca grandes doadores para bancar posse mais modesta

Estratégia de arrecadação difere da posse de 2009, quando Obama proibiu o dinheiro corporativo e impôs um limite às contribuições individuais


	Presidente Barack Obama: campanha que levou à reeleição foi a mais cara na história dos EUA
 (Win McNamee/Getty Images)

Presidente Barack Obama: campanha que levou à reeleição foi a mais cara na história dos EUA (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 10h49.

Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, está recorrendo a empresas privadas que têm contratos com o governo ou lucraram com sua campanha para bancarem a festa da posse de seu segundo mandato, este mês, com doações de até 1 milhão de dólares.

A estratégia de arrecadação difere da posse de 2009, quando Obama proibiu o dinheiro corporativo e impôs um limite às contribuições individuais, para ilustrar seu compromisso com a transparência.

Desta vez, os organizadores estão solicitando cheques mais vultosos para financiar uma festa que não terá a aura histórica de 2009, quando Obama se tornou o primeiro presidente negro na história dos EUA.

Doadores incluem grandes empresas com contratos federais, como AT&T e Microsoft, e uma companhia que vende objetos alusivos à posse. Indivíduos ricos que financiaram ataques contra o candidato republicano derrotado, Mitt Romney, também aparecem como contribuintes.

A campanha que levou à reeleição de Obama foi a mais cara na história dos EUA, e os organizadores da posse estão relutantes em contar com doadores individuais, que podem se sentir explorados depois de contribuírem com a cifra recorde de 715 milhões de dólares na campanha do democrata.

"Acabamos de sair de uma eleição muito cara. Só queremos assegurar que estamos cumprindo as metas necessárias para realizar esses eventos cívicos", disse um funcionário do Comitê da Posse Presidencial, sob anonimato.

Entidades fiscalizadoras dizem que o esforço de arrecadação ilustra o fosso que existe entre a retórica de Obama e suas ações ao tentar limitar a influência de grandes doadores em Washington.


"Já nos acostumamos a ficar desapontados com ele quando se trata de dinheiro na política", disse Meredith McGehee, diretora de políticas do Centro para a Campanha Legal.

O Comitê da Posse está pedindo às empresas que doem até 1 milhão de dólares -- bem acima do limite de 250 mil quando do início do segundo mandato do antecessor de Obama, o republicano George W. Bush, em 2005.

Os organizadores não revelam o custo previsto para o evento deste ano, mas é provável que fique abaixo dos 53 milhões de dólares de 2009, quando quase 2 milhões de pessoas foram a Washington participar de um grande show no Memorial Lincoln, de um desfile e de dez bailes oficiais, além de inúmeras festas particulares.

Na posse deste ano, não haverá show, e só dois bailes oficiais. Os grandes doadores, no entanto, continuarão tendo muitas oportunidades para celebrar.

Indivíduos que doarem 250 mil dólares, ou empresas que doarem 1 milhão, ganharão entradas para uma recepção íntima vários dias antes da cerimônia de posse, que acontece em 21 de janeiro, e para uma "celebração à luz de velas" para VIPs na noite anterior. Também terão assentos privilegiados no desfile.

O Comitê da Posse já revelou os nomes de mais de 400 doadores. Mas, ao contrário de 2009, o valor individual de cada doação só será divulgado depois do evento, conforme estipula uma lei federal.

"É um grande passo atrás em termos de transparência", disse Kathy Kiely, diretora-gerente da Fundação Sunlight, que promove a abertura no governo.

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