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Obama anuncia mudança histórica nas relações com Cuba

Em discurso histórica na Casa Branca, Barack Obama anunciou início de um processo para normalizar as relações diplomáticas entre os países, quebradas desde 1961


	Obama: ele defendeu que "política de compromisso" com Cuba pode ser muito mais eficaz que "isolamento"
 (Doug Mills/Pool/Reuters)

Obama: ele defendeu que "política de compromisso" com Cuba pode ser muito mais eficaz que "isolamento" (Doug Mills/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 15h52.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira uma mudança histórica nas relações com Cuba porque, segundo sua opinião, a política atual "fracassou durante décadas" e pediu um debate "honesto" no Congresso sobre o fim do embargo imposto à ilha em 1961.

Em discurso histórico realizado na Casa Branca, com duração de 15 minutos e transmitido pela televisão, Obama anunciou o início de um processo para normalizar as relações diplomáticas entre os países, quebradas desde 1961, e que contempla a abertura de embaixadas em Washington e Havana nos próximos meses.

Ontem, Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, falaram por telefone para fechar o acordo, após um processo negociador no qual o papa Francisco desempenhou um papel importante e que incluiu reuniões secretas durante vários meses entre delegações de ambos países, em sua maioria realizadas no Canadá.

O "isolamento não funcionou", argumentou hoje Obama, para quem "chegou o momento de um novo enfoque" sobre Cuba.

O presidente disse também que a situação do funcionário terceirizado americano Alan Gross, preso desde 2009 em Havana, representava um "grande obstáculo" em seu objetivo de avançar rumo à normalização das relações com Cuba.

Gross foi libertado hoje pelo governo cubano "por razões humanitárias" e já chegou aos EUA, enquanto os três agentes cubanos do grupo conhecido como "Los Cinco", que permaneciam presos em território americano desde 1998, também aterrissaram em Havana.

Os três agentes, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Antonio Guerrero, foram libertados em troca de um oficial de inteligência americano que estava há quase 20 anos preso em Cuba, segundo a Casa Branca.

"Não espero que as mudanças que estou anunciando hoje provoquem uma transformação da sociedade cubana da noite para o dia", destacou Obama.

No entanto, defendeu que uma "política de compromisso" com a ilha pode ser muito mais eficaz que o "isolamento", e que "não serve aos interesses dos Estados Unidos tentar empurrar Cuba em direção ao colapso".

Nesse sentido, pediu ao Congresso, que a partir de janeiro estará controlado totalmente pelos republicanos, que inicie um debate "sério e honesto" sobre o embargo econômico unilateral imposto a Cuba em 1961.

As medidas anunciadas hoje por Obama incluem a flexibilização das restrições às viagens e ao comércio entre Estados Unidos e Cuba, assim como às remessas que os cubanos recebem de território americano.

Além disso, Obama pediu a seu secretário de Estado, John Kerry, que revise a inclusão de Cuba na lista de países aos quais os Estados Unidos consideram patrocinadores do terrorismo.

O presidente americano também confirmou hoje sua participação na Cúpula das Américas, que o Panamá receberá em abril de 2015 e para a qual Cuba também foi convidada.

Seu discurso terminou com uma frase em espanhol, "todos somos americanos", dirigida ao povo de Cuba, e com uma menção ao herói e poeta cubano José Martí.

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