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Obama afirma que bomba atômica em Hiroshima "mudou o mundo"

Obama afirmou que a memória das vítimas da bomba atômica lançada sobre Hiroshima há sete décadas "nunca deve desaparecer",


	Hiroshima: "Nunca se deveria voltar a viver esta dura experiência, é nossa responsabilidade que façamos um esforço pela paz", destacou Abe
 (Kimimasa Mayama / Reuters)

Hiroshima: "Nunca se deveria voltar a viver esta dura experiência, é nossa responsabilidade que façamos um esforço pela paz", destacou Abe (Kimimasa Mayama / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2016 às 08h34.

Hiroshima - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira em Hiroshima que o "mundo mudou" com a bomba nuclear lançada sobre esta cidade durante a Segunda Guerra Mundial, já que se demonstrou que o homem "tinha os meios para destruir a si mesmo".

"Já passaram 71 anos desde aquele dia. Era uma manhã luminosa e sem nuvens. A morte caiu do céu e o mundo mudou", declarou Obama ao começar seu discurso durante sua visita à cidade japonesa arrasada por uma bomba atômica em 6 de agosto de 1945.

O presidente americano, que se tornou hoje o primeiro no exercício do cargo a visitar Hiroshima, participou de cerimônia no Parque da Paz da cidade junto ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na qual também estiveram pelo menos três sobreviventes do ataque.

Obama afirmou que a memória das vítimas da bomba atômica lançada sobre Hiroshima há sete décadas "nunca deve desaparecer", já que representa uma "esperança para o futuro" e "alimenta uma mudança".

O presidente americano quis lembrar "as vozes das vítimas" da tragédia, e destacou a necessidade de "manter viva sua memória, porque alimenta nossa imaginação, nos permite mudar e nos dá esperanças sobre um futuro melhor".

"Busquemos um futuro no qual Hiroshima e Nagasaki não sejam conhecidas como o amanhecer da guerra nuclear se não como o começo de nosso despertar moral", acrescentou Obama, que como estava previsto não pediu desculpas pelos bombardeios atômicos americanos, mas trocou breves palavras com três sobreviventes do ataque.

Um deles, Sunao Tsuboi, disse antes da cerimônia que queria agradecer ao presidente dos EUA por sua visita e dizer-lhe que não guarda nenhum rancor.

Por sua parte, Shigeaki Mori, outro sobrevivente de 88 anos, abraçou Obama quando este se aproximou para cumprimenta-lo, mas, segundo reconheceu depois, ficou emocionado e não lembra o que lhe disse.

Obama fez o discurso após deixar uma oferenda floral perante o memorial em homenagem aos 140.000 mortos pelo ataque, a maioria civis, e visitar rapidamente o Museu da Paz, que relata com detalhes o efeito que a bomba teve em Hiroshima.

Por sua parte, o primeiro-ministro do Japão, que também falou durante o ato, disse que o Japão havia "esperado muito por esta visita" e que nunca mais se deverá repetir o que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki há sete décadas.

"Nunca se deveria voltar a viver esta dura experiência, é nossa responsabilidade que façamos um esforço pela paz", destacou Abe.

Após os discursos, os dois líderes fizeram um breve passeio pelo parque e se aproximaram dos destroços da cúpula Gembaku, que ficou de pé após o ataque que arrasou a cidade.

Nesse momento estavam acompanhados pelo ministro de Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida, original de Hiroshima, que se encarregou de explicar a Obama a história do monumento.

Após uma cerimônia de pouco menos de uma hora, o presidente dos Estados Unidos se dirigiu à base militar americana de Iwakuni, de onde partirá para Washington no avião presidencial Air Force One.

Obama se deslocou hoje a Hiroshima após participar da cúpula de líderes do G7 no parque natural de Ise-Shima, que fica cerca de 400 quilômetros ao leste.

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