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Obama adverte Rússia a repensar ações na Ucrânia

"Obama indicou que a Rússia enfrentará custos contínuos e isolamento se não tomar passos concretos" em relação a Ucrânia, assinalou a Casa Branca


	Obama e Putin: Casa Branca exige que Rússia detenha fluxo de combatentes e armas para Ucrânia
 (AFP/Arquivos)

Obama e Putin: Casa Branca exige que Rússia detenha fluxo de combatentes e armas para Ucrânia (AFP/Arquivos)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 19h28.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou nesta quinta-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre as novas sanções impostas ontem a Moscou e advertiu que a Rússia enfrentará ainda mais "custos e isolamento" se não corrigir suas ações na Ucrânia, informou a Casa Branca.

"(Obama) indicou que a Rússia enfrentará custos contínuos e isolamento se não tomar passos concretos" em relação a Ucrânia, assinalou a Casa Branca em comunicado sobre a conversa telefônica, que aconteceu a pedido do governo russo.

No telefonema, Putin também informou Obama dos "relatórios iniciais" sobre o acidente de um avião malaio de passageiros no leste da Ucrânia, apontou a Casa Branca, mas a questão não foi tema da conversa.

As autoridades ucranianas acusaram os separatistas pró-russos de terem derrubado o avião com ajuda russa, o que, se confirmado, provaria as suspeitas ocidentais de que a fronteira continua sendo permeável à entrada de mercenários russos e material bélico pesado.

Os passos que os Estados Unidos exigem da Rússia são "pressionar os separatistas para que aceitem um cessar-fogo, apoiem um roteiro para as negociações, detenham o fluxo de combatentes e armas para a Ucrânia", apontou o comunicado.

Moscou deve "conseguir a libertação de todos os reféns ainda detidos pelos separatistas e trabalhar para estabelecer um mecanismo efetivo de supervisão da fronteira pela OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa)", acrescentou.

Obama "reiterou sua preocupação com o aumento de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia", e garantiu a Putin que "continua comprometido com uma solução diplomática e que as sanções não eram sua via de ação preferida".

"No entanto, assinalou que diante das amplas provas de que Rússia está aumentando significativamente o fornecimento de armas pesadas aos separatistas na Ucrânia e a recusa em dar outros passos, delineados pelos EUA e pela Europa para diminuir a crise, era necessário impor mais sanções", sustentou a Casa Branca.

O novo pacote de sanções anunciado na quarta-feira afeta, entre outras empresas, a importantes entidades russas como os bancos Gazprombank e Vnesheconombank e as companhias energéticas Rosneft e OAO Novatek.

"São ações significativas, mas limitadas, para evitar contaminar nossos parceiros", afirmou Obama em um breve comparecimento ontem na Casa Branca.

Putin, por sua vez, advertiu que as novas sanções podem levar as relações entre Washington e Moscou a um "ponto morto", e o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, alertou para um possível retorno à dinâmica da Guerra Fria por causa da pressão financeira de Washington.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, garantiu que a relação entre Obama e Putin é "muito parecida com uma relação de negócios, onde têm um intercâmbio claro de suas opiniões quando falam, e isso também ocorreu hoje".

A conversa de hoje foi a oitava entre Obama e Putin desde que a crise na Ucrânia começou, e a primeira entre eles desde 23 de junho. 

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