Varsóvia - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu nesta terça-feira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre a possibilidade de adotar novas sanções contra Moscou por conta da "desestabilização" de Kiev, as quais, segundo o governo americano, teriam um notável "custo econômico".
Em entrevista coletiva, realizada após o encontro em Varsóvia com o presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, Obama indicou que a Rússia deve contribuir para "acalmar a situação" nas regiões onde operam os insurgentes, no leste da Ucrânia.
Entre as questões a serem realizadas, Obama apontou que a Rússia deve vigiar sua fronteira com a Ucrânia para evitar a passagem de mercenários e armas para os "separatistas", reconhecer as recentes eleições ucranianas e se reunir com o novo presidente eleito, Petro Poroshenko.
O presidente dos EUA reconheceu "a importância de manter boas relações com a Rússia", mas destacou que isso não significa que seu país tenha que "sacrificar os princípios" que defende.
"A soberania da Ucrânia não deve ser sacrificada para manter relações bilaterais com Moscou", afirmou Obama, que qualificou a Rússia como um importante ator em nível global e regional.
Em sua opinião, a integridade territorial, a soberania e a liberdade são pilares básicos, e estas categorias foram "ameaçadas pelas ações da Rússia na Crimeia e, agora, no leste da Ucrânia".
Obama, que disse entender as "razões históricas" de Moscou para com a Ucrânia, assegurou que a Rússia "violou" as leis internacionais ao anexar a península da Crimeia e sustentou que os EUA manterão as sanções impostas por conta deste motivo.
De acordo com Obama, se Moscou começar a cooperar, o Ocidente tende a "tentar reconstruir a confiança" bilateral, embora tenha reconhecido que tal postura necessitaria de "um bom tempo".
"Se a Rússia respeitar as leis internacionais, haverá cooperação. Se a Rússia não se adequar às leis internacionais, a Otan terá que ser firme ao reafirmar seus princípios", indicou.
Obama e Putin devem participar dos atos organizados para celebrar o aniversário do desembarque aliado em Normandia, embora não tenha nenhum encontro previsto entre eles.
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1. Terras em disputa
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São Paulo –
Vladimir Putin apoiou o referendo na
Crimeia sobre sua independência da
Ucrânia afirmando que, assim, protegia os ucranianos de origem russa que ali viviam. Disse, também, que a manobra corrigia um erro histórico da época da União Soviética, quando a Crimeia foi “dada” à Ucrânia. Para Putin, a região
sempre pertenceu à Rússia. Por essa lógica “histórica”, alguns outros países também poderiam reivindicar terras russas - que lhes foram tomadas décadas atrás após invasões, conquistas, guerras e negociações. Dessas regiões, algumas estão em franca disputa, outras são negociadas de maneira mais amena e, outras, estão sob total domínio russo e ninguém pensa em um conflito. Mas seus antigos donos
poderiam tentar pegá-las de volta, se assim quisessem. Veja quais são:
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2. 1. Ilhas Kuril
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País que as reivindica: Japão As Ilhas Kuril estão localizadas ao norte do Japão e ao sudeste russo. Um século atrás, japoneses e russos assinaram um acordo dizendo que as quatro ilhas eram território japonês. Contudo, depois da Segunda Guerra Mundial, a Rússia tomou a região de volta e expulsou os japoneses que moravam ali em 1949.
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3. Ilhas Kuril
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Em uma das ilhas, há uma base militar russa. Em outra, há uma comunidade de 30 mil russos. O governo japonês nunca desistiu de reivindicar a posse das ilhas e desde os anos 1940 tenta,
por vias diplomáticas, resolver o impasse. Tecnicamente, a Segunda Guerra Mundial não acabou para os dois países.
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4. 2. Ilha Bolshoi Ussuriysky
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País que a reivindica: China A ilha Bolshoi Ussuriysky fica no Rio Ussuri, na ponta do extremo leste chinês, na fronteira com a Rússia. Após um impasse de décadas, os dois países fizeram uma redefinição de fronteiras em 2008. A Rússia cedeu a ilha Tarabarov e metade da ilha Bolshoi Ussuriysky.
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5. Ilha Bolshoi Ussuriysky
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A União Soviética ocupara a região em 1929. Desde 1960, o governo chinês começou a pressionar o país para mudar as fronteiras. Ainda falta que metade da ilha vá par ao lado chinês.
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6. 3. "As 64 vilas do Rio Zeya"
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País que as reivindica: China O apelido das "64 vilas" se refere às moradias presentes na região. As vilas se localizam na margem direita do Rio Zeya. Do outro lado, está a cidade russa de Blagoveshchensk. A região era chinesa, mas durante o Império Qing, foi cedida aos russos em 1858, após um conflito.
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7. "As 64 vilas do Rio Zeya"
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Em 1991, o governo chinês decidiu que não reivindicaria mais as terras tomadas. Contudo, em Taiwan, a decisão nunca foi reconhecida e o governo chinês local continua a exigir a devolução da região. Há mapas em Taiwan que mostram a região como chinesa.
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8. 4. Distrito de Pytalovsky
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País de origem: Letônia A região da Letônia viveu séculos de ocupações, até definir suas fronteiras no começo dos anos 1920. Durante a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética anexou o país e ainda tirou parte de suas terras, Pytalovsky, dizendo que ali a maioria era russa e, portanto, deveria ser território russo.
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9. Distrito de Pytalovsky
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Mesmo com o fim da União Soviética e a independência da Letônia, o país não recebeu suas terras de volta.
Em 2007, a Letônia aceitou deixar as fronteiras como estão. Mas poderia reivindicar a região novamente, se quisesse. Muitos moradores locais se identificam com a cultura da Letônia, não russa, e protestam até hoje.
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10. 5. Ivangorod
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10/16 (Keystone/Getty Images)
País de origem: Estônia Em 1945, a cidade de Ivangorod se separou da cidade de Narva, divididas pelo Rio Narva. Elas pertenceram à Estônia até a União Soviética tomar a região e considerar que o rio seria a fronteira entre eles. Assim, as duas cidades ficaram separadas, cada uma em um país.
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11. Ivangorod
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Após o fim da União Soviética, a Estônia tentou redefinir as fronteiras, como eram antes de 1945. Sem sucesso. Em 2010, os moradores de Ivangorod também tentaram voltar ao domínio estoniano, mas não conseguiram.
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12. 6. Karelia
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País de origem: Finlândia Antes de começar a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética reivindicou terras do sul da Finlândia, na região de Leningrado, cidade estratégica do império. A Finlândia recusou ceder as terras, que acabaram sendo invandidas e tomadas em 1939 - em uma guerra que matou milhares.
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13. Karelia
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A maior parte desse território perdido era a província de Karelia (Karjala). Junto, a segunda maior cidade finlandesa naquele tempo, Viipuri. Os russos batizaram Viipuri de Vyborg. Os finlandeses, com ajuda dos nazistas, até recuperam as terras, mas foram retomadas após o fim da guerra. Até hoje há grupos políticos que reivindicam as terras de volta.
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14. 7. Kaliningrado
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14/16 (Harry Engels/Getty Images)
País de origem: Prússia (Alemanha) A região de Kaliningrado não está conectada ao restante do território russo, cercada pelo Mar Báltico, a Lituânia e a Polônia. Por séculos, foi uma região prússia, de expressão alemã, chamada Königsberg. A região foi tomada pelas tropas russas dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
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15. Kaliningrado
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A região foi para os braços dos russos com o fim da guerra. Os residentes germânicos foram imediatamente expulsos. Ao mesmo tempo, imigrantes russos foram enviados para a cidade - rebatizada de Kaliningrado, em homenagem ao líder Mikhail Kalinin. Hoje, é uma ilha russa no meio da Europa.
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16. Agora veja o que Putin pensa sobre a Crimeia
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16/16 (REUTERS/Baz Ratner)