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Obama admite que programa de drones dos EUA assassinou civis

O presidente americano reconheceu que houve "críticas legítimas" a seu programa de ataques com drones por ter "assassinado civis" em países como Iêmen e Somália


	Presidente americano Barack Obama: programa de ataques seletivos contra suspeitos de terrorismo mediante aviões não tripulados começou em 2002
 (Carlos Barria/ Reuters)

Presidente americano Barack Obama: programa de ataques seletivos contra suspeitos de terrorismo mediante aviões não tripulados começou em 2002 (Carlos Barria/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2016 às 22h28.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu nesta sexta-feira que houve "críticas legítimas" a seu programa de ataques com drones por ter "assassinado civis" em países como Iêmen e Somália, e prometeu aumentar a transparência a respeito desses ataques comandados pelas agências de inteligência.

"Acho que no passado houve críticas legítimas de que a arquitetura legal sobre o uso de ataques com drones não foi tão precisa como deveria ter sido, e não há dúvida de que (esse programa) assassinou civis. Trabalhamos muito para evitar e prevenir esse tipo de tragédia", disse Obama em entrevista coletiva ao término da Cúpula de Segurança Nuclear em Washington.

O programa de ataques seletivos contra suspeitos de terrorismo mediante aviões não tripulados começou em 2002, com o então presidente George W. Bush, mas se ampliou a grande escala durante o mandato de Obama, que segundo vários relatórios lançou centenas deles no Afeganistão, no Paquistão, no Iêmen e na Somália.

"Nas situações de guerra temos que assumir a responsabilidade quando não estamos atuando apropriadamente, ou quando cometemos erros, mesmo com as melhores intenções. Posso dizer com total confiança que os procedimentos pelos quais operamos são mais rigorosos que nunca e que há uma avaliação constante de tudo o que fazemos", acrescentou.

Obama respondeu assim à pergunta de um jornalista, que o lembrou que, segundo o Pentágono, os Estados Unidos mataram mais de 200 pessoas nas últimas semanas em ataques aéreos na Somália, na Líbia e no Iêmen.

O governo de Obama anunciou que divulgará em breve um relatório sobre os civis e os supostos terroristas que morreram nos ataques de seus drones desde a chegada do líder ao poder, em 2009, e que no futuro esses dados serão publicados anualmente.

"Fomos muito cautelosos ao tentar garantir que não estamos lançando ataques em situações onde, por exemplo, achamos que há mulheres ou crianças presentes, ou se é em uma área normalmente populosa", ressaltou Obama, que defendeu que os ataques buscam acabar com líderes de grupos como Al Qaeda e Estado Islâmico (EI).

No ano passado, a União Americana de Liberdades Civis (ACLU) apresentou um requerimento a um tribunal de Nova York para que o governo de Obama revele detalhes dos alvos e diretrizes de seu programa de ataques com drones, cujo sigilo impede saber de maneira confiável o número de vítimas civis causadas.

Uma investigação de 2014 da organização britânica Reprieve estimou que os ataques ordenados pelo governo de Obama tiraram a vida de 1.147 pessoas no Paquistão e no Iêmen em operações contra 41 supostos alvos terroristas.

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