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O "soco" do papa sacode católicos e laicos

O surpreendente comentário do papa de que daria um soco em quem ofendesse sua mãe causou polêmica, e abriu um debate sobre possível justificativa a ataques


	O papa Francisco: "se um grande amigo fala mal da minha mãe, ele pode esperar um soco"
 (Claudio Peri/Reuters)

O papa Francisco: "se um grande amigo fala mal da minha mãe, ele pode esperar um soco" (Claudio Peri/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 22h39.

Cidade do Vaticano - O surpreendente comentário do papa Francisco de que daria um "soco" em quem ofendesse a sua mãe, provocou polêmica entre católicos e ateus e abriu um debate na Itália sobre uma possível justificativa ao ataque à revista satírica francesa Charlie Hebdo.

"Matar em nome de Deus é uma aberração. Mas também não podemos provocar nem insultar a fé dos outros. Se um grande amigo fala mal da minha mãe, ele pode esperar um soco, e isso é normal", declarou Francisco na quinta-feira a jornalistas.

As palavras do papa, pronunciadas após condenar pela segunda vez o atentado na semana passada contra a revista, em que 12 pessoas morreram, provocaram as mais diversas reações.

"Foi uma saída pouco católica, mas muito simpática", comentou o filósofo italiano Massimo Cacciari.

A ideia do soco, que gerou risos entre os jornalistas presentes, foi pronunciada como um exemplo concreto e "em tom coloquial" para explicar a complexidade do problema, esclareceu, por sua vez, o Vaticano.

Contudo, o que os jornalistas entenderam como sua forma particularmente espontânea de falar, gerou debate na Itália.

"O papa expressou a impossibilidade neste século de dar a outra face e respeitar o desejo evangélico de amar o próprio inimigo", comentou o ateu Massimo Cacciari, ex-prefeito de Veneza.

"O papa buscou o efeito humano, talvez tenha sido demasiado humano", disse ele em declarações à página Católica Vatican Insider.

"Eu não posso fazer piada com a religião. E este é o limite. Eu coloquei este exemplo do limite para dizer que na liberdade de expressão há limites, como no exemplo da minha mãe", declarou o próprio pontífice aos jornalistas.

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