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O restrito clube das potências nucleares

Os Estados Unidos e a Rússia, detentores de mais de 90% das reservas de armas atômicas no mundo, formam com mais sete países o restrito "clube"

Putin e Trump: cerca de 4 mil ogivas nucleares estão atualmente implantadas e prontas para serem usadas (Carlos Barria/Reuters)

Putin e Trump: cerca de 4 mil ogivas nucleares estão atualmente implantadas e prontas para serem usadas (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de outubro de 2017 às 11h09.

Mais de 90% das reservas mundiais de armas atômicas estão nas mãos da Rússia e dos Estados Unidos, que formam, com outros sete países, incluindo a Coreia do Norte, o restrito clube das potências nucleares.

A Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN), premiada nesta sexta-feira com o Prêmio Nobel da Paz, trabalha para conquistar a proibição e a eliminação de cerca de 15 mil ogivas nucleares registradas no mundo.

Cerca de 4.000 estão atualmente implantadas e prontas para serem usadas, de acordo com estimativas da Federação de Cientistas Americanos (FAS).

Até agora, apenas os Estados Unidos recorreram à arma nuclear, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, contra as cidades japonesas de Hiroshima (140 mil mortos) e Nagasaki (70 mil mortos). Estes dois bombardeios precipitaram a capitulação do Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial.

Assinado em 1968 e em vigor desde 1970, o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) obriga os cinco países que oficialmente possuem a bomba atômica (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China) a não transferir tecnologia militar nuclear para outros países.

O TNP também proíbe os países não equipados com a arma de adquirirem ou fabricarem este tipo de armamento.

Desde então, alguns países renunciaram ao seu programa nuclear militar, como Suécia (1968), Suíça (1969), África do Sul (1991) e as ex-repúblicas soviéticas.

Apesar do TNP, quatro Estados se dotaram da bomba nuclear: o Paquistão, a Índia e Israel (que nunca confirmou ou negou) - nenhum deles é signatário do tratado - e mais recentemente a Coreia do Norte, que se retirou do acordo em 2003.

Entre os cientistas acusados ​​de participar da proliferação atômica estão o paquistanês Abdul Qadeer Khan, considerado um herói em seu país por fornecer ao mundo muçulmano sua primeira bomba nuclear.

Em 2004, ele confessou a venda de segredos nucleares ao Irã, à Líbia e à Coreia do Norte. Aposentou-se em 2009, tendo passado vários anos sob vigilância em sua casa.

O Irã é um caso particular. Suspeito pela comunidade internacional de procurar desenvolver a arma atômica na década de 2000, Teerã concluiu em julho de 2015 um acordo com as principais potências que garante a natureza civil de seu programa nuclear, em troca de um levantamento progressivo das sanções internacionais.

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