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O que você nunca soube sobre imigração no Reino Unido

O tema é importante em um país onde um partido que é contra imigrantes obteve o 3º lugar nas eleições e onde o premiê reduz benefícios a estrangeiros


	Reino Unido: nascidos no exterior correspondem a quase 16% da força de trabalho britânica, de 31 milhões
 (Justin Tallis/AFP)

Reino Unido: nascidos no exterior correspondem a quase 16% da força de trabalho britânica, de 31 milhões (Justin Tallis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2015 às 21h58.

A imigração é um assunto importante no Reino Unido. No momento, o foco do país está colocado sobre os milhares de aspirantes a migrantes que estão tentando entrar pela França.

E, nas eleições nacionais ocorridas em maio, o Partido de Independência do Reino Unido (UKIP, na sigla em inglês), que se opõe à imigração, conquistou o terceiro lugar, atrás do Partido Conservador, que saiu vitorioso, e de seu principal oponente, o Partido Trabalhista.

O primeiro-ministro David Cameron está trabalhando para reduzir a imigração e os benefícios sociais concedidos aos imigrantes antes do referendo de 2017 sobre a permanência do país na União Europeia.

“Você pode visitar fábricas do país onde metade das pessoas veio da Polônia, da Lituânia ou da Letônia”, disse ele, em outubro de 2013. “Não podemos culpá-las. Elas precisam trabalhar duro”.

Ele está despertando reações: mais da metade do povo britânico deseja grandes reduções da imigração. Mas o que de fato ocorre?

Os nascidos no exterior correspondem a quase 16 por cento da força de trabalho, de 31 milhões.

Dos trabalhadores estrangeiros, 60 por cento nasceram fora da União Europeia. Dezesseis por cento chegaram de países da Europa Ocidental, e 15 por cento, da Europa Oriental.

Os dois países mais pobres da UE, Romênia e Bulgária, são a origem de 3,8 por cento dos trabalhadores.

Na verdade, o povo britânico superestima a quota de imigrantes na população: participantes de uma pesquisa realizada pela Ipsos MORI no início deste ano supuseram que a proporção de imigrantes equivalia a 21 por cento.

A real é de 13 por cento, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística do Reino Unido.

Quem são, aonde vão

A imigração aumentou de modo significativo nos últimos 20 anos, e disparou recentemente depois de uma década de estabilidade.

O Reino Unido não é a primeira opção na UE para os imigrantes. A Alemanha é.

E, apesar da conversa sobre “encanadores poloneses” e do pedido feito pelo líder do UKIP, Nigel Farage, de sair da União Europeia para “reassumir o controle” das fronteiras do país, a maioria das pessoas que pretende se assentar na Grã-Bretanha vem de fora do bloco comercial. As duas nacionalidades que mais migram para este território são os chineses e os indianos.

O que fazem

Os estrangeiros vão principalmente para trabalhar ou estudar, e cerca de dois terços dos que se mudam com o objetivo de trabalhar já têm ofertas de trabalho quando chegam, embora os políticos condenem publicamente o “turismo social”.

Na British Social Attitudes Survey, da empresa de pesquisa NatCen, realizada em 2013 e publicada em junho de 2014, 24 por cento dos participantes afirmaram acreditar que o bem-estar social é o motivo mais comum da imigração quando esse item apareceu em uma lista de alternativas.

Embora os residentes estrangeiros em situação legal possam recorrer ao programa de bem-estar social, 93 por cento das 5,3 milhões de pessoas que solicitam esses auxílios, como o subsídio de desemprego e os benefícios por invalidez, têm nacionalidade britânica.

Três nacionalidades da UE estão entre as 10 que mais requerem os benefícios entre os nascidos no exterior. Poloneses, irlandeses e portugueses.

Como são percebidos

Setenta e seis por cento dos romenos e búlgaros que chegaram no Reino Unido no ano passado foram em busca de trabalho.

A proporção se compara com 61 por cento de pessoas oriundas dos 15 países-membros originais da UE e com 67 por cento de pessoas provenientes dos oito países do Leste Europeu que entraram no bloco em 2004.

A população tem distintas percepções: em um relatório que analisou a linguagem utilizada por 19 jornais britânicos de circulação nacional nos dois anos que antecederam a suspensão da proibição de emprego, que durou sete anos, o Migration Observatory, da Universidade de Oxford, disse que as palavras usadas para descrever os romenos frequentemente evocaram crimes e comportamentos antissociais, especialmente na imprensa amarela.

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