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O que sabemos sobre o novo caso de envenenamento na Inglaterra

Dois novos casos de envenenamento aconteceram com o agente neurotóxico Novichok, o mesmo utilizado no caso Skripal

As pessoas afetadas foram identificadas como Charlie Rowley e Dawn Sturgess, ambos de 44 anos (Henry Nicholls/Reuters)

As pessoas afetadas foram identificadas como Charlie Rowley e Dawn Sturgess, ambos de 44 anos (Henry Nicholls/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de julho de 2018 às 11h42.

A polícia britânica investiga um novo caso de envenenamento com o agente neurotóxico Novichok na região de Salisbury (sul da Inglaterra), onde o mesmo produto de origem russo deixou um ex-espião russo e sua filha em estado grave no mês de março.

A seguir o que sabemos do mais recente caso de envenenamento.

O veneno

A polícia anunciou em 4 de julho que dois britânicos encontrados em estado crítico a 15 km de Salisbury - onde Skripal e sua filha foram envenenados em março - foram expostos ao mesmo agente neurotóxico, o Novichok.

"Não há prova de que o homem e a mulher foram objeto de um ataque. É o mesmo agente, os especialistas determinarão se procede do mesmo lote", afirmou a polícia

Andrea Sella, professor de Química Inorgânica da UCL (University College London), não descarta que sejam do mesmo lote. Este tipo de agente neurotóxico "é concebido para ser persistente, não evapora e não se decompõe rapidamente. Isto significa que se um recipiente ou superfície foram contaminados por esta substância, isto representaria um perigo durante muito tempo", afirma.

As vítimas

As pessoas afetadas foram identificadas como Charlie Rowley e Dawn Sturgess, ambos de 44 anos. O primeiro vive perto de Salisbury e a mulher em uma residência para moradores de rua.

De acordo com um amigo em comum, nenhum dos dois trabalha no momento.

A investigação

A polícia antiterrorista assumiu a investigação do caso, assim como no caso Skripal.

"A possibilidade de que as duas investigações possam estar vinculadas é claramente uma de nossas pistas", afirmou o comandante da unidade antiterrorismo britânica, Neil Basu.

"A prioridade dos investigadores é determinar como estas duas pessoas entraram em contato com o agente neurotóxico", completou.

Vários locais frequentados pelas vítimas foram fechados ao público, incluindo um parque e um centro para pessoas sem teto.

Risco para a população

O risco para a população é pequeno, segundo a polícia, mas o caráter aleatório da contaminação apresenta várias perguntas para os moradores da cidade de Salisbury, que pensavam ter deixado para trás o caso Skripal.

A agência de saúde pública Public Health England (PHE) recomendou "por precaução" às pessoas que estiveram nos mesmos lugares que as vítimas entre a noite de sexta-feira e a tarde de sábado que coloquem as roupas na máquina de lavar, limpem os celulares e bolsas com lenços e usem água e sabão nas joias.

A diretora da PHE, Sally Davies, pediu que as pessoas tenham cuidado ao pegar objetos desconhecidos ou perigosos, como agulhas ou seringas.

O prognóstico

As duas vítimas permanecem em estado crítico no hospital de Salisbury, onde os Skripal foram internados, assim como o primeiro policial que atendeu os russos, Nick Bailey. Os três sobreviveram após um intenso tratamento médico.

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