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O que Obama e Romney pensam sobre diversas questões

Os candidatos apresentam divergências em questões como o direito ao porte de armas e ao casamento gay


	O presidente Barack Obama (D) e seu rival, Mitt Romney: eles se enfrentam nas urnas nesta terça-feira
 (AFP)

O presidente Barack Obama (D) e seu rival, Mitt Romney: eles se enfrentam nas urnas nesta terça-feira (AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 10h42.

Washington - Estas são as posições do presidente Barack Obama e de seu adversário republicano Mitt Romney sobre diversos temas que pesarão na escolha dos eleitores americanos.

POLÍTICA DOMÉSTICA

Economia

Romney afirma que Obama falhou em reativar a economia americana desde o início da crise financeira, e promete ser um "agente da mudança" para restaurar a saúde econômica do país. Quer criar milhares de empregos ao promover o crescimento através de impostos mais baixos, mercados abertos e exploração de gás e petróleo americanos. Ele propôs cortar as alíquotas do imposto de renda em 20%, eliminar taxas sobre rendimentos de investimentos e reduzir os impostos sobre as empresas.

Obama defendeu seus esforços para reativar a economia americana, ressaltando seu resgate da indústria automobilística. Prometeu reduzir o déficit americano em 4 trilhões ao longo de dez anos e implementar o chamado "Buffett Rule", aplicando um imposto mínimo de 30% sobre indivíduos que ganhem mais de 1 milhão de dólares por ano. Ele também quer criar um milhão de empregos na indústria até 2016.

Aborto e Contracepção:

Romney se opõe à "Roe v. Wade", decisão de 1973 tomada pela Suprema Corte americana que defende o direito da mulher ao aborto. Ele apoia uma proibição do aborto, exceto em casos de estupro, incesto ou risco para a vida ou a saúde da mãe. Quer acabar com os subsídios federais para centros de planejamento familiar. Romney também criticou a reforma do sistema de saúde promovida por Obama, já que isso obrigou os empregadores, incluindo instituições religiosas, a cobrir os custos de contracepção para seus empregados.

Barack Obama, que apoia o acesso ao aborto, acredita que "as escolhas de uma mulher quanto a sua saúde são decisões pessoais, são tomadas de uma forma melhor com seu médico - sem a interferência de políticos".


Direitos dos Gays:

Romney se opõe ao casamento e à união civil entre pessoas do mesmo sexo, e apoia uma emenda constitucional que define o casamento como uma união entre um homem e uma mulher. Ele se opôs à revogação do "Don't Ask, Don't Tell", que proibia gays servindo nas Forças Armadas de anunciar publicamente sua opção sexual, mas anunciou que não vai tentar retomar esta política.

Obama - que se opôs ao "Don't Ask, Don't Tell" - foi o primeiro presidente americano a apoiar os direitos dos homossexuais ao casamento. Ele disse que isso é uma crença pessoal, mas afirmou que a decisão de legalizar o casamento gay seria uma decisão deixada para cada estado separadamente.

Imigração:

Romney afirmou que espera que imigrantes ilegais se "autodeportem" dos Estados Unidos se as condições de trabalho e de habitação se tornarem suficientemente inóspitas para eles. Ele criticou a legislação congelada há muito tempo no Congresso que concederia direitos a alguns imigrantes ilegais. Também acusou Obama de não fazer o suficiente para frear a onda de imigrantes ilegais que se dirigem aos Estados Unidos.

Obama é um simpatizante da legislação "Dream Act", atualmente paralisada no Congresso, que propõe suspender a deportação de filhos de imigrantes ilegais. Em junho, ele anunciou medidas que colocam em vigor muitas das propostas da legislação, garantindo a jovens imigrantes ilegais vistos de residência e trabalho desde que eles se enquadrem em certas condições, incluindo não ter registro criminal.

Controle de Armas:

Romney interpreta estritamente a Segunda Emenda da Constituição Americana, que consagra aos americanos o direito de portar armas. Ele se opõe a qualquer nova legislação federal que restrinja a compra de armas de fogo, e recebeu o aval da Associação Nacional do Rifle, o poderoso lobby de direitos de armas.

Obama se comprometeu a respeitar a Segunda Emenda, mas apoia reforçar as verificações de antecedentes dos compradores de armas. Ele espera aumentar as restrições sobre a venda ao público em geral do tipo de armas automáticas que foram utilizadas na maioria dos tiroteios em massa mais mortais nos Estados Unidos. Liberais dizem que ele não fez o suficiente nesta questão.

Legalização de Drogas:

Romney se opõe à legalização da maconha por razões médicas federais, o que ocorreu em diversos estados, incluindo a Califórnia.

Obama, assim como seu rival republicano, é contra a descriminalização da maconha. O presidente ordenou que as agências federais não intervenham contra os dispensários que utilizam maconha para fins médicos, mas os gerentes se queixaram desde então de uma nova repressão.


POLÍTICA EXTERNA

Iraque:

Romney, em um importante discurso sobre política externa durante a campanha, criticou Obama por falhar em garantir um acordo com o Iraque para uma presença residual das tropas americanas após a retirada das forças do país, no ano passado.

Obama, que prometeu durante a campanha em 2008, acabar com a Guerra do Iraque, apresentou a retirada das tropas como uma vitória de política externa que pôs fim "às políticas fracassadas do passado".

Irã:

Romney exige sanções mais duras contra o Irã por seu programa nuclear, dizendo que, sob o governo de Obama, Teerã chegou mais perto do que nunca de conseguir produzir uma arma nuclear.

Obama insiste que as sanções impostas pela comunidade internacional contra o Irã para retardar sua busca por uma bomba nuclear foram as mais rígidas possíveis, e devem receber tempo suficiente para surtir efeito antes de recorrer à força militar. Mas ele também prometeu que o Irã não terá êxito em obter uma arma nuclear durante sua gestão.

Rússia:

Romney afirmou no início deste ano que a Rússia é "a inimiga número um" dos Estados Unidos, e prometeu mostrar mais "determinação" que Obama em suas relações com o presidente russo, Vladimir Putin.

Obama zombou das ideias de Romney, chamando-as antiquadas. "Governador, quando se trata de nossa política externa, você parece querer importar as políticas externas dos anos 1980, assim como as políticas sociais dos anos 1950 e as políticas econômicas da década de 1920", disse em um debate no mês passado.


China:

Romney prometeu pressionar mais a China em questões de comércio e moeda, e apontar Pequim como um manipulador de moeda a partir do primeiro dia de sua presidência - uma ação que permitiria aos Estados Unidos impor uma dura retaliação sobre bens chineses, o que levou alguns analistas a alertar sobre uma possível guerra comercial.

A administração Obama se absteve de tal movimento, afirmando que isso poderia provocar desnecessariamente tensões entre as duas principais economias mundiais. Assessores de Obama afirmam que o presidente espera que a China e os Estados Unidos se desenvolvam como "parceiros, e não inimigos."

Israel:

Romney acusa Obama de negligenciar Israel e de realizar uma administração ruim nas relações com o aliado mais próximo dos Estados Unidos, e afirmou que os recentes conflitos no Oriente Médio e no Norte da África - incluindo a violência na Síria e o ataque a um consulado dos Estados Unidos na Líbia - são a prova de que a política de Obama na região está "se desmantelando diante de nossos olhos."

Obama insiste que tratou Israel como "um verdadeiro amigo. Ele é o nosso maior aliado na região. E, se Israel for atacado, a América vai ficar com Israel. Deixei isso claro ao longo da minha presidência". No restante da região, ele se gabou dos êxitos dos Estados Unidos durante seu governo, ao colocar extremistas islâmicos sob pressão, embora uma vigilância contínua seja necessária.

Afeganistão:

Em um debate no mês passado sobre política externa, Romney apoiou a decisão de Obama de se retirar do Afeganistão em 2014, expressou apoio aos ataques de drones dos Estados Unidos contra alvos terroristas e o felicitou por caçar e matar o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, no vizinho Paquistão. Mas criticou Obama por anunciar o prazo de 2014 para retirar as tropas americanas do país, afirmando que forneceu muitas informações para o inimigo.

Obama, ciente de que os americanos estão cansados da guerra após uma década no Afeganistão, foi firme em sua decisão de retirar as tropas americanas em 2014. Ele diz que a morte de Bin Laden - um dos triunfos da política externa de sua presidência - é um símbolo que ele é um líder firme e focado para lidar com o extremismo islâmico.

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