Joe Biden: presidente quer "imitar" termo usado pelo ex-presidente Reagan (Anna Moneymaker/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 28 de junho de 2023 às 14h09.
Última atualização em 28 de junho de 2023 às 14h25.
"Bidenomics" é o termo com o qual o presidente Joe Biden espera convencer os eleitores de que sua política econômica teve êxito, no caminho para a eleição presidencial de 2024.
Ao cunhar o termo "Bidenomics", os assessores de Biden esperam dar visibilidade às conquistas do governo do presidente democrata que, aos 80 anos, buscará a reeleição apesar de um índice de popularidade bastante baixo.
Trata-se de promover as iniciativas lançadas nos dois primeiros anos do atual governo, antes de Biden perder o controle da Câmara de Representantes (Deputados).
Primeiro, houve o American Rescue Plan ("Plano de Resgate Americano"), um pacote colossal de US$ 1,9 trilhão (R$ 9,2 trilhões, na cotação atual) votado no Congresso logo após a posse do democrata para ajudar a economia atingida pela pandemia.
Depois veio um programa de obras de infraestrutura: pontes, rodovias, redes de internet... Total: US$ 550 bilhões (R$ 2,6 trilhões na cotação atual).
A Inflation Reduction Act ("Lei de Redução da Inflação") é um programa de US$ 430 bilhões (R$ 2,08 trilhões na cotação atual) destinado a acelerar a transição energética, mas, acima de tudo, para promover produtos Made in America. Também reduz algumas despesas de saúde da família.
A "CHIPS Act" é a mais recente iniciativa da lista, que, com US$ 280 bilhões (R$ 1,35 trilhão na cotação atual) em dez anos, visa a incentivar a instalação de plantas tecnológicas de ponta nos Estados Unidos.
"A estratégia do presidente incentivou a maior reativação de todas as grandes economias do mundo": essa é a mensagem lançada pela Casa Branca em um memorando recente.
O FMI espera que os Estados Unidos cresçam 1,6% neste ano, o dobro da zona do euro. E o desemprego voltou aos níveis pré-pandêmicos, abaixo de 4%. Os dados da Casa Branca são de que 14 milhões de postos de trabalho foram criados durante o governo Biden.
Mas, de acordo com uma pesquisa CBS News/YouGov do início de junho, 63% da população acredita que a economia está indo mal, ou muito mal.
O termo "Bidenomics" é uma referência direta a "Reaganomics", o programa econômico de Ronald Reagan na década de 1980, mas com uma lógica diferente.
Reagan aplicou reformas liberais, com cortes de impostos e austeridade fiscal. Biden, por sua vez, mira na "reconstrução" da economia "de baixo para cima", o que significa apoiar a demanda das classes média e baixa, em vez de apostar em que empresários e grandes fortunas sustentem a recuperação.
Apostar na economia e no emprego tem os seus riscos. Após uma forte recuperação da pandemia do coronavírus, os Estados Unidos não estão a salvo de uma recessão, que pode ter um efeito bumerangue para Biden.
O contexto de altas taxas de juro para combater a inflação é um freio procurado à demanda. A inflação está se moderando gradualmente, mas as taxas, de acordo com o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), podem continuar subindo.
Segundo pesquisa do Pew Research Center, o custo de vida é a principal preocupação dos americanos.