Donald Trump e Vladimir Putin: presidentes se encontraram nesta segunda-feira, 16, em Helsinque (Leonhard Foeger/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de julho de 2018 às 15h23.
Última atualização em 16 de julho de 2018 às 15h23.
Quando os dois homens mais poderosos do planeta se encontram, o que dizem sem falar? Um especialista britânico decodificou a linguagem corporal de Donald Trump e Vladimir Putin durante sua reunião nesta segunda-feira (16) em Helsinque.
Peter Collett, psicólogo comportamental, aponta uma mistura de dominação e vulnerabilidade nos gestos e atitudes dos presidente americano e russo neste encontro.
"Não é como se um dos dois tentasse dominar o outro e o outro fosse obsequioso... Estamos diante de dois indivíduos que enviam sinais mistos", segundo ele. "Nenhum dos dois parece confortável na presença do outro", indica o psicólogo.
Veja alguns dos gestos analisados para a AFP:
Trump exibiu certo desconforto quando entrou na sala onde os dois líderes enfrentaram as câmeras, estima Peter Collett. Mas Putin avançou com mais autoconfiança. Trump levou Putin até o seu assento para tentar "assumir o controle da situação".
Trump estendeu a palma da mão virada para cima para o primeiro aperto de mãos, um sinal de respeito.
Uma escolha incomum, diz o psicólogo, já que Trump estava sentado à direita de Putin e poderia ter escolhido o aperto de mão mais dominante, com a palma da mão virada para baixo.
"Ele parece ter o hábito de não se impor fisicamente a Putin, por respeito a um homem que considera igual a ele e que ele quer persuadir", considera o especialista.
A posição de mãos em forma de pirâmide invertida é a marca registrada de Trump: ele adotou mais uma vez no encontro com Putin este "gesto altamente dominador", de acordo com Peter Collett.
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair utilizava este gesto regularmente durante suas reuniões com o presidente americano George W. Bush, acrescentou.
Collett observa que Trump levantou e tensionou o queixo, fazendo um beicinho voluntário, após apertar a mão de Putin. "O queixo tenso é interessante porque revela que a pessoa se sente vulnerável", analisa.
"Talvez porque Trump não tenha tido a oportunidade de dominar a situação, ou talvez tenha pensado que não era sábio. Está claro que ele não estava confortável".
"Nós levantamos o queixo quando sentimos instintivamente que vamos ser atacados... é um sinal de vulnerabilidade", continua ele.
Putin enviou sinais mistos.
Peter Collett aponta que ele adotou "uma postura assimétrica, muito relaxada, portanto, dominante".
"Mas ele prestava muita atenção a Trump, conferindo a ele o status que ele considera justo", disse, ressaltando que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, foi menos atento quando os dois se encontraram em junho.