Mundo

O que aconteceu na festa de Halloween que deixou 153 mortos na Coreia do Sul

Os mortos ou feridos eram principalmente adolescentes e pessoas na faixa dos 20 anos

Mortos e feridos, em Itaewon: bairro fica no centro de Seul, na Coreia do Sul (AFP/AFP)

Mortos e feridos, em Itaewon: bairro fica no centro de Seul, na Coreia do Sul (AFP/AFP)

Ao menos 153 pessoas morreram na noite de sábado, 29, em um tumulto de milhares de jovens que celebravam o Halloween nas ruas apertadas de Itaewon, bairro do centro de Seul, na Coréia do Sul, em uma das piores tragédias do país.

Para visualizar melhor o que levou ao evento trágico, primeiro é preciso entender onde tudo ocorreu.

O bairro de Itaewon é conhecido pela intensa vida noturna, com dezenas de festas e bares, que se aglomeram em alguns poucos becos sinuosos e estreitos. A característica de centralizar o lazer o torna muito frequentado por jovens locais e turistas.

Assim, é comum que a região fique mais cheia durante festividades como o Halloween e, segundo a imprensa local, até 100 mil pessoas a maioria adolescentes e jovens de 20 e poucos anos chegaram na noite de sábado para se divertir, lotando Itaewon na primeira grande festa em Seul após a pandemia.

A rua onde a multidão ficou presa é um encontro de outras três entradas, uma delas é o caminho para o metrô, de onde veio a maior parte do fluxo. Ao centro, ficava um dos ponto badalados de encontro desses jovens, que exibiam suas fantasias e escolhiam em qual festas entrar nas casas de show que ali ficam.

O ministro do Interior da Coreia do Sul, Lee Sang-min, disse que as atividades eram planejadas e as autoridades previam multidões em número similar ao a de anos anteriores.

"O tamanho esperado da multidão em Itaewon não se desviou muito de outros eventos, então entendo que policiais e outros agentes foram mobilizados em uma escala semelhante à anterior".

Testemunhas apontam para um redução no número de agentes e uma intensa revista para apreensão de drogas, fator que pode ter desviado alguns dos transeuntes para o local do tumulto e complicado ainda mais a situação.

Além dos mortos, pelo menos 82 pessoas também ficaram feridas no desastre.

Para se ter uma ideia, o ministro Lee Sang-min disse que algumas vítimas não foram identificadas porque tinham menos de 17 anos ou não tinham uma identidade de adulto.

"Como em um túmulo"

Choi Seong-beom, do Corpo de Bombeiros, explicou, em coletiva, que "o alto número de vítimas se deve ao fato de muitas terem sido pisoteadas".

"As pessoas caíram empilhadas umas sobre as outras como em um túmulo. Algumas gradualmente perderam a consciência e outras pareciam mortas naquele momento", disse uma testemunha à agência de notícias Yonhap.

Em entrevista à rede local YTN, o médico Lee Beom-suk descreveu as cenas de tragédia e caos. "Quando tentei ajudar, havia duas vítimas deitadas na calçada. Mas o número disparou logo depois, sobrecarregando os socorristas no local", contou.

"Muitos transeuntes vieram nos ajudar. É difícil descrever em palavras. Os rostos de tantas vítimas estavam pálidos. Eu não conseguia sentir seu pulso ou respiração e muitos tinham o nariz sangrando", acrescentou.

Uma usuária do Twitter que disse que estava em Itaewon quando a tragédia ocorreu compartilhou um vídeo mostrando centenas de pessoas fantasiadas em um beco estreito repleto de bares e cafés.

A multidão parece calma no início, mas depois a comoção se instala e as pessoas começam a se empurrar. Gritos e suspiros são ouvidos e uma mulher diz em inglês: "Meu Deus, meu Deus".

Acompanhe tudo sobre:Coreia do Sul

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia