Capitólio dos EUA: centro do processo eleitoral e das disputas até a posse (Tayfun Coskun/Getty Images)
Redatora
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 14h00.
Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 14h52.
O processo eleitoral dos Estados Unidos tem bem mais etapas que o de outros países, como o do Brasil. Quando um candidato soma votos suficientes no Colégio Eleitoral para ser eleito presidente, o anúncio é feito pela imprensa americana, e não por um órgão federal.
Após este anúncio, que pode demorar alguns dias, começa o processo de certificação do resultado em si. Cada estado faz uma apuração à parte e soma os votos de seus cidadãos. O partido do candidato vencedor ganha o direito a nomear quem serão os delegados daquele estado. São esses delegados que votarão de fato na eleição presidencial.
Até 11 de dezembro, as autoridades dos estados precisam emitir os certificados de verificação, que confirmam quem serão os delegados a votar naquela eleição.
No dia 17 de dezembro, os delegados darão seus votos em seus respectivos estados, que são registrados em seis cópias em papel. Os votos precisam ser enviados ao presidente do Senado e ao Arquivo Nacional até o dia 25 de dezembro.
No dia 6 de janeiro, os votos dos delegados serão contados em uma sessão conjunta do Congresso, que declara oficialmente quem serão os novos presidente e vice-presidente do país. A posse do novo mandatário está marcada para 20 de janeiro de 2025, ao meio-dia.
Esse ritual de certificação era visto como mera formalidade e atraia pouca atenção. No entanto, em 6 de janeiro de 2021, o evento foi interrompido por uma invasão ao Congresso americano. Apoiadores de Donald Trump, presidente que buscava a reeleição, tentaram impedir a confirmação da derrota dele. A sessão foi interrompida, houve confrontos entre a polícia e manifestantes e o dia terminou com cinco mortos. Apesar disso, a certificação da vitória de Joe Biden foi concluída de noite.
Em 2024, a segurança eleitoral foi ampliada com atualizações de tecnologia e proteção física em locais de votação, especialmente em áreas de risco. A Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA) e o Departamento de Segurança Nacional implementaram medidas para combater desinformação e ameaças cibernéticas, como ransomware e deepfakes, além de monitorar potenciais interferências de atores estrangeiros, incluindo Rússia, China e Irã.