São Paulo – Em uma Olimpíada que vem sendo inundada de tentativas de manifestações políticas abafadas pelos seguranças, uma delas conseguiu se manter firme. O protesto aconteceu durante a partida de vôlei entre Irã e Egito no último sábado quando uma mulher apareceu nas câmeras com um cartaz e uma camiseta que dizia “Deixem as mulheres iranianas entrarem nos estádios”.
Essa mulher é Darya Safai, 35 anos. Nascida na capital Teerã, ela hoje vive hoje Bélgica, país onde fundou um movimento que luta para que o público feminino possa entrar nos locais nos quais acontecem eventos esportivos de times masculinos no Irã.
Darya foi abordada em seguida pelos seguranças, uma vez que o ato viola uma regra do Comitê Olímpico Internacional que proíbe manifestações políticas nas competições. “Eles disseram que não queriam a faixa próxima das câmeras e nos pediram para sair”, contou ao The Independent.
Ela, no entanto, se manteve firme no seu posicionamento. Após insistir com os seguranças e e explicar as razões da sua manifestação, conseguiu permanecer no local com a faixa e a camiseta. Veja abaixo como foi o protesto.
“Não é a primeira vez que passo por isso, mas não vou desistir. É isso que as mulheres iranianas fazem, elas lutam por seus direitos”. Na página oficial do movimento no Facebook, Darya explica que sua luta é contra a discriminação de gênero não apenas no esporte, mas em todos os aspectos da vida das mulheres no Irã.
Ao jornal britânico, Darya disse ainda que estará presente em outros jogos e que pretende dar prosseguimento ao seu protesto em todos eles. A próxima partida da seleção iraniana de vôlei acontece na tarde desta segunda-feira, contra a Rússia. Os Jogos do Rio de Janeiro marcam a primeira presença da equipe em uma Olimpíada.
Desigualdades de gênero no Irã
A proibição de mulheres em competições esportivas masculinas entrou em vigor depois da Revolução Islâmica de 1979, mas ganhou novos contornos há alguns anos quando a regra foi estendida das partidas de futebol para as de vôlei, um dos esportes mais queridos no país.
Esse regulamento foi relativamente flexibilizado no ano passado, depois que uma mulher foi presa ao tentar entrar em uma partida masculina de vôlei. Por conta desse episódio, Ghoncheh Ghavami ficou cinco meses presa em Teerã.
As acusações contra ela foram eventualmente dispensadas, mas não sem a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) ameaçar proibir o Irã de sediar eventos enquanto mulheres não pudessem assisti-los. Desde então, o acesso a essas competições é permitido, desde que as mulheres estejam acompanhadas de outros homens.
Ainda assim, esse acesso não é tão democrático quanto o governo iraniano tenta fazer parecer. De acordo com a organização Human Rights Watch, o país passou então a limitar a venda de ingressos para mulheres por meio de um duvidoso sistema de cotas. Curiosamente, quando as vendas são abertas, esses ingressos se esgotam com a mesma velocidade com a qual o velocista Usain Bolt percorre os 100 metros rasos. Pela televisão, contudo, é possível ver dezenas de assentos reservados para mulheres vazios.
Ativistas pelos direitos das mulheres dizem que esses ingressos são reservados para uma parcela de pessoas bem relacionadas e acusam a FIVB de estar fazendo vista grossa. A federação, por sua vez, diz que tudo não passa de um “mal-entendido”.
Embora essa regra específica tenha como alvo os torneios esportivos, ela revela a profundidade das desigualdades de gênero no Irã, país onde mulheres casadas não podem nem sequer deixar o país sem a permissão do seu marido.
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1. Olimpíada das mulheres
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1/10 (Getty Images)
São Paulo - A primeira edição das Olimpíadas modernas aconteceu em 1896 e contou com um total de zero atletas mulheres. Quatro anos depois, em 1900, elas eram 22. Já em 1904, pasmem, o número diminuiu e apenas seis guerreiras estiveram presentes. De lá para cá muita coisa mudou e no Rio de Janeiro elas chegaram em número recorde: são 5.185 garotas competindo! E elas não estão aí só para fazer número, não. Rafaela Silva que o diga! A judoca carioca garantiu, nessa segunda-feira (8), o primeiro ouro do Brasil nas
Olimpíadas de 2016. Orgulho total da garota que enfrentou a pobreza e o racismo para chegar onde chegou. E junto com ela, outras atletas também estão provando que "jogar como uma garota" é sinônimo de vitória! Confira aqui um time maravilhoso de mulheres que estão quebrando tudo.
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2. Rafaela Silva - Brasil (judô)
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2/10 (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Lógico que o número 1 é dela, né? Nessa segunda-feira (8), Rafaela conquistou o primeiro ouro do país no Rio. E essa vitória é uma overdose de Brasil! A menina da Cidade de Deus (a famosa favela do Rio) começou a praticar judô aos nove anos, influenciada pelo pai, que queria ver ela longe das ruas. Hoje, aos 24, ela tem um ouro olímpico e outro conquistado no Mundial, em 2013.
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3. Seleção Feminina de Futebol - Brasil
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3/10 (Getty Images)
As meninas estão lavando a alma da torcida brasileira, que anda bem desacreditada frente aos fiascos que a seleção masculina coleciona há anos. No último sábado (5), elas venceram a Suécia por 5x0, despontando rumo à liderança do grupo (as suecas são as rivais mais forte da chave). Na estreia, as meninas também fizeram bonito, vencendo a China por 3x0 e, nesta terça (9), elas enfrentam a África do Sul também com grandes chances de vitória.
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4. Mayra Aguiar - Brasil (judô)
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4/10 (Getty Images)
Em 2014, Mayra se tornou a maior medalhista do judô brasileiro em campeonatos mundiais, contando homens e mulheres. Detalhe: ela tinha apenas 23 anos na época! Mas, antes disso, a garota já tinha quebrado outro recorde. Em 2010, ela tornou-se a maior medalhista do planeta no Campeonato Mundial Sub 20. Alguma dúvida de que a moça é destruidora mesmo? Em 2012, ela trouxe o bronze de Londres e tudo indica que a gente vai ver ela no pódio mais uma vez esse ano.
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5. Priscilla Stevaux Carnaval - Brasil (ciclismo BMX)
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5/10 (Divulgação)
Aos 22 anos, Priscila é o nome brasileiro mais bem posicionado no ranking do BMX mundial (em 18º lugar). E para quem gosta de falar "bota ela na competição masculina para ver o que acontece" aí vai uma informação: a garota realmente compete contra homens nos campeonatos nacionais. Dá para imaginar o volume das male tears, né?
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6. Yusra Mardini - Síria (natação)
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6/10 (Robertson/Getty Images)
Aos 18 anos, a garota síria é a atleta mais jovem da delegação dos refugiados. E em 2015, ela ajudou a salvar um grupo de refugiados que cruzavam o Mar Mediterrâneo! Rumo à Grécia, o barco em que ela estava começou a afundar e, junto com a irmã Sarah, Yusra foi uma heroína! As duas nadaram durante três horas e meia para salvar a embarcação. Em sua estréia como atleta olímpica, a garota ficou longe de se classificar nos 100 m borboleta, mas ela é, sem dúvida, uma vencedora!
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7. Margret Rumat Rumar Hassan - Sudão do Sul (atletismo)
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7/10 (Reprodução)
Ela é a primeira atleta da história a representar oficialmente o Sudão do Sul nas Olimpíadas (Margret compete pelo país, mas também há conterrâneos dela na delegação dos refugiados). Ela tem 19 anos e irá correr os 400 metros rasos no Rio de Janeiro. Além de fazer história no esporte, ela também virou garota propaganda da Samsung, em um comercial absolutamente emocionante.
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8. Majlinda Kelmendi - Kosovo (judô)
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8/10 (Getty Images)
A moça conquistou a primeira medalha olímpica da história Kosovo e já foi um ouro de cara! Só que a história de superação dela não se limita ao reconhecimento no esporte, pois Majlinda nasceu e cresceu em meio à guerra. A situação no Kosovo é tão complexa que o Comitê Olímpico Internacional (COI) só reconheceu sua filiação em 2014 e essa é a primeira vez que o país participa da competição. "Sou uma sobrevivente de guerra, assim como meu povo. Várias crianças do Kosovo perderam seus pais. Muitas crianças não têm livros para ir para uma escola. E eu virei campeã olímpica vindo desse país. Mesmo sem dinheiro, mesmo sem estrutura você pode acreditar em si mesmo e trabalhar muito duro para atingir seus sonhos", disse ela em entrevista ao Globo Esporte.
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9. Julie Brougham - Nova Zelândia (hipismo)
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9/10 (Getty Images)
Ela é a atleta mais velha dessas Olimpíadas, aos 62 anos, e compete na categoria de adestramento individual. Julie pratica hispismo há mais de 50 anos e essa é a primeira vez que ela participa de uma Olimpíada. Mesmo se a neozelandesa não levar nenhuma medalha para casa, ela certamente já é campeã em perseverança!
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10. Falando no assunto...
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10/10 (Marko Djurica/Reuters)