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O marca-passo de Netanyahu: primeiro ministro de Israel se fortalece frente a reforma judicial

O Parlamento deve votar na segunda-feira um projeto de lei que limitaria a capacidade dos juízes da Suprema Corte de anular decisões do governo

Benjamin Netanyahu: primeiro ministro de Israel  (Amir Levy/Getty Images)

Benjamin Netanyahu: primeiro ministro de Israel (Amir Levy/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 23 de julho de 2023 às 18h19.

Última atualização em 23 de julho de 2023 às 18h30.

A saúde do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é confirmada como estável após um implante de marca-passo não planejado ocorrer no sábado, 22.

Demonstrando uma plena recuperação, o líder afirmou neste domingo, 23, que estará presente na votação da reforma judicial do país na segunda-feira, uma projeto polêmico de lei que limitaria a capacidade dos juízes da Suprema Corte de anular decisões do governo que considerem “irrazoáveis”.

Dado o cenário, a nação israelense se encontra presa na sua pior crise doméstica em décadas. Segundo apurou a Reuters, na tarde deste domingo, Netanyahu agradeceu a seus apoiadores pela preocupação e aos médicos do Sheba Center por seus cuidados. “Como podem ver, estou muito bem”, disse ele em um vídeo. Apesar da operação, prometeu estar presente na votação.

A Knesset, assembleia legislativa de Israel, onde Netanyahu possui uma maioria confortável, deve realizar na segunda-feira as leituras finais do projeto.

Se aprovado, seria a primeira reforma consagrada em lei de um pacote que os críticos temem que tenha como objetivo restringir a independência do Judiciário e atribuir mais poder ao primeiro ministro.

Netanyahu, por outro lado, defende que as alterações são necessárias para o equilíbrio da democracia. E, junto disso, nega as acusações de corrupção das quais é alvo atualmente.

Crise política

Uma pesquisa feita pela emissora nacional Kan mostrou que 46% dos israelenses são contra a emenda, 35% são a favor e 19% estão indecisos.

Em meio a tensões e manifestações, a federação trabalhista Histadrut propôs uma versão reduzida do projeto de lei. Yair Lapid, líder da oposição centrista, acredita que essa pode ser a base para novas conversas de compromisso, mas o partido Likud de Netanyahu afirmou que a proposta está muito alinhada com as posições de Lapid.

A coalizão de Netanyahu tem demonstrado determinação em reverter o que descreve como excesso de intervenção política por parte do Supremo Tribunal.

No entanto, os críticos argumentam que a emenda de segunda-feira foi apressada pelo parlamento e poderá abrir espaço para abusos de poder.

A crise se alastrou até o setor militar, com a possibilidade de reservistas voluntários não se apresentarem para o serviço se o governo prosseguir com os planos.

Os tumultos têm contribuído para o tensionamento das relações com os EUA, assim como o aumento da violência israelense-palestina, enquanto investigações de inteligência apontam para o progresso no programa nuclear do Irã.

Em posição diplomática, Washington pediu a Netanyahu a buscar um amplo consenso sobre qualquer reforma judicial.

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