Benjamin Netanyahu: primeiro ministro de Israel (Amir Levy/Getty Images)
Repórter
Publicado em 23 de julho de 2023 às 18h19.
Última atualização em 23 de julho de 2023 às 18h30.
Demonstrando uma plena recuperação, o líder afirmou neste domingo, 23, que estará presente na votação da reforma judicial do país na segunda-feira, uma projeto polêmico de lei que limitaria a capacidade dos juízes da Suprema Corte de anular decisões do governo que considerem “irrazoáveis”.
Dado o cenário, a nação israelense se encontra presa na sua pior crise doméstica em décadas. Segundo apurou a Reuters, na tarde deste domingo, Netanyahu agradeceu a seus apoiadores pela preocupação e aos médicos do Sheba Center por seus cuidados. “Como podem ver, estou muito bem”, disse ele em um vídeo. Apesar da operação, prometeu estar presente na votação.
A Knesset, assembleia legislativa de Israel, onde Netanyahu possui uma maioria confortável, deve realizar na segunda-feira as leituras finais do projeto.
Se aprovado, seria a primeira reforma consagrada em lei de um pacote que os críticos temem que tenha como objetivo restringir a independência do Judiciário e atribuir mais poder ao primeiro ministro.
Netanyahu, por outro lado, defende que as alterações são necessárias para o equilíbrio da democracia. E, junto disso, nega as acusações de corrupção das quais é alvo atualmente.
Uma pesquisa feita pela emissora nacional Kan mostrou que 46% dos israelenses são contra a emenda, 35% são a favor e 19% estão indecisos.
Em meio a tensões e manifestações, a federação trabalhista Histadrut propôs uma versão reduzida do projeto de lei. Yair Lapid, líder da oposição centrista, acredita que essa pode ser a base para novas conversas de compromisso, mas o partido Likud de Netanyahu afirmou que a proposta está muito alinhada com as posições de Lapid.
A coalizão de Netanyahu tem demonstrado determinação em reverter o que descreve como excesso de intervenção política por parte do Supremo Tribunal.
No entanto, os críticos argumentam que a emenda de segunda-feira foi apressada pelo parlamento e poderá abrir espaço para abusos de poder.
A crise se alastrou até o setor militar, com a possibilidade de reservistas voluntários não se apresentarem para o serviço se o governo prosseguir com os planos.
Os tumultos têm contribuído para o tensionamento das relações com os EUA, assim como o aumento da violência israelense-palestina, enquanto investigações de inteligência apontam para o progresso no programa nuclear do Irã.
Em posição diplomática, Washington pediu a Netanyahu a buscar um amplo consenso sobre qualquer reforma judicial.