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O homem que nunca perdeu tentará chegar à Casa Branca

George Pataki ganhou todas as eleições para cargos públicos às quais concorreu e agora quer ser o candidato republicano à Casa Branca

O conservador republicano George Pataki: suas credenciais de centro podem ter um efeito negativo (Dominick Reuter/Reuters)

O conservador republicano George Pataki: suas credenciais de centro podem ter um efeito negativo (Dominick Reuter/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 16h43.

Washington - O conservador George Pataki governou Nova York, um estado fortemente democrata, durante 12 anos, ganhou todas as eleições para cargos públicos às quais se apresentou e agora quer ser o candidato republicano à Casa Branca, embora suas credenciais de centro possam ter um efeito negativo.

Filho de imigrantes europeus, Pataki cresceu em uma pequena fazenda em Peekskill, no norte do estado de Nova York, e já havia avaliado em 2008 e 2012 a possibilidade de ser candidato à Casa Branca, mas desistiu nas duas ocasiões.

Agora, com 69 anos, decidiu finalmente tentar e, tal como tinha antecipado, hoje oficializou sua candidatura com um vídeo divulgado na internet que foi seguido por um discurso na cidade de Exeter (New Hampshire), considerada o lugar onde nasceu o Partido Republicano.

Nesse discurso, Pataki se esforçou para exibir seu lado mais conservador, com ataques à reforma da saúde do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a um governo federal que cresceu demais, segundo sua opinião, e aos "impostos excessivos" sobre pequenas empresas.

Mas a trajetória política deste declarado admirador de Theodore Roosevelt é mais centrista que de direita: Pataki é um defensor do direito ao aborto e do fim da discriminação contra homossexuais.

Essas credenciais centristas antecipam, segundo os analistas, que Pataki tem muito poucas chances de ganhar a indicação republicana, especialmente após o que se viu no processo de primárias de 2012, quando alguns dos candidatos mais conservadores estiveram entre os mais votados durante vários meses.

A seu favor jogam as estatísticas, já que Pataki sempre ganhou quando se apresentou a uma eleição para um cargo público.

Sua primeira vitória foi no pleito à prefeitura de Peekskill e dois anos depois, em 1984, obteve uma cadeira na legislatura estadual de Nova York.

Uma década mais tarde, quando era senador estadual, venceu o democrata Mario Cuomo, considerado então um peso pesado dentro dos setores mais progressistas de seu partido, e se tornou governador de Nova York.

Como governador foi reeleito duas vezes (1998 e 2002) e ocupou o cargo durante 12 anos, período durante o qual viveu de perto os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

Pataki envolveu-se na gestão da crise e nas tarefas de recuperação que se seguiram a esses atentados, mas não recebeu a mesma atenção midiática nem alcançou o mesmo renome que seu colega republicano Rudolph Giuliani, então prefeito de Nova York.

"Quando estamos unidos, podemos conseguir qualquer coisa (...). Isso é o que vi nas ruas de Nova York nos dias e semanas posteriores ao 11 de setembro", relata Pataki no vídeo com o qual lançou sua campanha.

No ano 2000, o ex-governador esteve entre os candidatos cogitados pelo aspirante republicano à Casa Branca, George W. Bush, para ser seu vice-presidente, mas o escolhido foi finalmente Dick Cheney.

Desde que deixou a política ativa em 2006, Pataki se dedicou a uma pequena empresa que fundou e que realiza projetos de infraestrutura e energia, e também trabalha para um conhecido escritório de advogados, Chadbourne & Parke.

Estudou na Universidade de Yale, se graduou em Leis na Universidade de Colúmbia e está casado há 41 anos com Libby Pataki, com quem tem quatro filhos: Emily, Teddy, Allison e Owen.

Se for escolhido pelos republicanos como seu candidato e chegar à Casa Branca, Pataki seria o quinto presidente dos Estados Unidos que passou antes pelo governo de Nova York depois de Martin van Buren, Grover Cleveland, Theodore Roosevelt e Franklin Roosevelt.

Além disso, se for eleito presidente, seria a primeira pessoa na história do país a assumir o cargo com mais de 70 anos. 

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