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O fracasso do primeiro pouso na Lua de empresa privada dos EUA

A missão seria a primeira a pousar um módulo americano na Lua desde o fim do programa Apollo, há mais de 50 anos.

Após um "vazamento" de combustível, "infelizmente não há possibilidade de um pouso suave na Lua" (AFP/AFP)

Após um "vazamento" de combustível, "infelizmente não há possibilidade de um pouso suave na Lua" (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 18h14.

O módulo lunar privado americano que decolou na segunda-feira (8), mas depois teve sérios problemas durante o voo, não tem "nenhuma possibilidade" de realizar um pouso suave na Lua, declarou nesta terça-feira (9) a empresa Astrobotic, que desenvolveu o dispositivo.

A missão seria a primeira a pousar um módulo americano na Lua desde o fim do programa Apollo, há mais de 50 anos. Além disso, a Astrobotic queria ser a primeira empresa privada a conseguir pousar sobre o satélite natural.

Após um "vazamento" de combustível, "infelizmente não há possibilidade de um pouso suave na Lua", declarou a Astrobotic em comunicado publicado na rede social X.

Apesar deste fracasso, "ainda temos bastante combustível para continuar operando o veículo como uma nave", indicou a Astrobotic. "Estimamos atualmente que o combustível vai acabar em cerca de 40 horas", acrescentou.

A jovem empresa com sede na Pensilvânia afirmou que continua recebendo "dados valiosos" para sua próxima tentativa de alunissagem.

O módulo lunar decolou da Flórida na segunda-feira, anexado a um novo foguete Vulcan Centaur do grupo industrial ULA.

Batizada de Peregrine, a cápsula foi desenvolvida pela Astrobotic com apoio financeiro da Nasa, que contratou a empresa para transportar material específico à Lua, um negócio superior a 100 milhões de dólares (R$ 489 milhões, na cotação atual).

Os Estados Unidos têm recorrido ao setor privado em um esforço para estimular uma economia lunar mais ampla e enviar sua própria nave a um custo baixo, dentro do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS).

"Os voos espaciais são uma aventura audaz", reagiu na segunda-feira o administrador da Nasa, Bill Nelson, na rede X. "A @NASA seguirá ampliando nosso alcance no cosmos com nossos parceiros comerciais", acrescentou.

Outra empresa americana selecionada pela Nasa para seu programa, Intuitive Machines, tentará novamente a aventura em breve, já que tem prevista uma decolagem rumo à Lua, possivelmente em meados de fevereiro, com um foguete da SpaceX.

Missões perigosas

A bordo do módulo Peregrine há um conjunto de instrumentos científicos que seriam utilizados para estudar a radiação e a composição da superfície lunar, o que permitiria abrir caminho para o retorno dos astronautas à Lua.

O dispositivo também transporta um veículo do tamanho de uma caixa de sapatos construído pela Universidade Carnegie Mellon, um bitcoin físico e, algo um tanto polêmico: restos cremados e DNA, incluídos os do criador de Star Trek, Gene Roddenberry; do lendário autor de ficção científica, Arthur C. Clarke, e de um cachorro.

A Nação Navajo, o maior grupo indígena dos Estados Unidos, se opôs ao envio de restos humanos, argumentando que isto profana elementos sagrados para sua cultura. Embora tenham mantido uma última reunião com representantes da Casa Branca, da Nasa e outros funcionários, suas objeções foram ignoradas.

Até agora, apenas agências espaciais nacionais conseguiram realizar uma alunissagem suave no satélite natural da Terra: a União Soviética foi a primeira, em 1966, seguida pelos Estados Unidos, que continua sendo o único país que levou humanos à Lua.

A China tocou a superfície do satélite natural com sucesso em três ocasiões na última década, e a Índia foi a mais recente, ao conseguir a façanha em sua segunda tentativa no ano passado.

Nos últimos anos, missões privadas de Israel e Japão, e também outra recente da agência espacial russa, fracassaram na tentativa de pousar na Lua.

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