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O desmembramento do banco franco-belga Dexia

Acordo para salvar a instituição vai dividir o banco em quatro partes

Logo do Dexia, o primeiro banco vítima da crise da dívida na Europa e socorrido pela Bélgica, França e Luxemburgo (Philippe Huguen/AFP)

Logo do Dexia, o primeiro banco vítima da crise da dívida na Europa e socorrido pela Bélgica, França e Luxemburgo (Philippe Huguen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 17h54.

Bruxelas - A liquidação ordenada do Banco Dexia, selada nesta segunda-feira, dará lugar à criação de uma entidade belga nacionalizada, a uma estrutura francesa de financiamento das instituições locais e a um 'banco podre' voltado para os ativos tóxico, enquanto o restante foi colocado à venda.

Estas são as linhas gerais do projeto de desmantelamento:

A estrutura francesa

O Estado francês espera criar um novo banco dedicado ao financiamento das instituições locais, que terá a participação do Banco Postal e da Caixa de Depósitos (CDC), com uma pasta de mais de 70 bilhões de euros constituída em grande parte por empréstimos. As discussões são difíceis com a CDC e ainda não foram concluídas.

A estrutura belga

O Estado belga compra a filial do banco de clientes do Dexia na Bélgica por 4 bilhões de euros, depois de ter salvado a Dexia pela primeira vez em 2008, injetando 3 bilhões de euros. A Bélgica pretende permanecer vários anos como proprietária do banco.

Criação de um banco de distribuição dos ativos tóxicos

A França, Bélgica e Luxemburgo vão criar uma estrutura denominada a criar uma estrutura denominada 'banco podre' para isolar os ativos de maior risco que atualmente afundam o balanço da entidade, incluindo os títulos da dívida de países fragilizados da Europa. Os três países vão dar uma garantia ao financiamento desta entidade e não sobre os próprios ativos.

Depois das negociações difíceis, os Estados vão dividir esta garantia em proporções idênticas às que assumiram, em 2008, no primeiro plano de socorro ao Dexia: Bélgica assumirá 60,5%, a França 36,5% e Luxemburgo 3%. A operação terá repercussões na dívida pública dos três países.

O restante das atividades

O holding Dexia SA que agrupa as diferentes atividades perde razão de ser. Os 600 empregados afetados deverão ser realocados. A filial bancária em Luxemburgo, Dexia Banque Internationale, será comprada pelo capital do Qatar. Quanto à filial turca, o DenizBank, a joia da coroa, também está à venda. Segundo a imprensa, vários bancos estão interessados em adquiri-la, entre eles o espanhol BBVA e o grupo russo Sberbank.

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