Mundo

O ambicioso Macron faz sua primeira viagem oficial à China

ÀS SETE - Viagem é mais uma confirmação de que a França caminha na direção oposta à dos EUA, tanto em termos de valores quanto de alianças

Emmanuel Macron: presidente francês tem os objetivos de retomar o poderio econômico francês e se consolidar como um líder global (Etienne Laurent/Reuters)

Emmanuel Macron: presidente francês tem os objetivos de retomar o poderio econômico francês e se consolidar como um líder global (Etienne Laurent/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 05h59.

Última atualização em 8 de janeiro de 2018 às 07h21.

O presidente francês Emmanuel Macron começa nesta segunda-feira uma viagem de três dias pela China para estreitar laços comerciais.

O plano é mais uma confirmação de que a potência europeia está determinada a caminhar na direção oposta à dos Estados Unidos, tanto em termos de valores quanto de alianças.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

A China de Xi Jinping, a segunda maior economia do mundo, preparou a casa para a primeira visita de Macron ao país, com um tour que vai contar até com visita à Cidade Proibida, em Pequim (mesma deferência concedida a Donald Trump).

Espera-se que os dois países consigam fechar importantes acordos comerciais, numa negociação que garanta à França mais acesso ao mercado chinês.

Atualmente, os franceses importam cerca de 36 bilhões de dólares a mais em produtos do que exportam para o país asiático, em um comércio bilateral que vale cerca de 70 bilhões de dólares.

Um dos acordos mais esperados envolve a fabricante francesa de aviões Airbus, que espera receber mais uma encomenda bilionária de aeronaves durante a visita do presidente francês à China.

O país já responde por um quarto das entregas da companhia e semana passada já havia fechado uma compra de 7 bilhões de dólares por 65 jatos.

Os franceses também querem abrir espaço para o comércio de carne bovina e de vinhos.

Na quarta-feira, último dia da viagem, as conversas devem focar planos de combate às mudanças climáticas, uma vez que a França entende que a China está comprometida com a causa e é uma parceira fundamental para o sucesso do Acordo de Paris.

Segundo Macron, é uma viagem em busca de reciprocidade. Para a China, quanto mais aliados ela conseguir reunir, mais perto fica de se tornar a maior economia do mundo, e aumentar a influência no vácuo de Trump.

Macron tem objetivos parecidos: retomar o poderio econômico francês, e se consolidar como um líder global.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteDiplomaciaEmmanuel MacronExame HojeFrança

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia