Nova Zelândia: a vulnerabilidade do marco legal neozelandês permitiu que várias empresas vinculadas às estruturas de evasão de impostos trabalhassem no país oceânico (Rafael Ben-Ari / Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2016 às 08h47.
Sydney - O governo da Nova Zelândia indicou nesta segunda-feira que revisará suas leis de fideicomisso depois que o país foi vinculado pela filtragem do escândalo "Panama Papers" um refúgio para empresas estrangeiras que evadem impostos.
"Os ministros decidiram, após a divulgação do Panama Papers, que vale a pena revisar se as regras atuais são adequadas para seu propósito e se poderiam melhorar em sua prática", apontou Bill English, titular de Finanças, em comunicado.
Segundo a imprensa local, a vulnerabilidade do marco legal neozelandês permitiu que várias empresas vinculadas às estruturas internacionais de evasão de impostos trabalhassem no país oceânico.
English disse que a revisão se centrará nas normas para a divulgação dos fideicomissos estrangeiros e tratará de implementar uma maior troca de informação com outras jurisdições fiscais.
O funcionário terceirizado do governo mexicano Juan Armando Hinojosa e o ministro maltês de Energia, Konrad Mizzi, são algumas das pessoas que possuíam fideicomissos na Nova Zelândia através do escritório panamenho Mossack Fonseca, de onde procedem os documentos da filtragem.
Hinojosa possuiria três fideicomissos extraterritoriais no país oceânico com ativos de cerca de US$ 100 milhões, segundo a imprensa local.
A filtragem inclui 11,5 milhões de documentos de quase quatro décadas do escritório Mossack Fonseca, especializado na gestão de capitais e patrimônios, com informação de mais de 214 mil empresas no exterior que atingiu políticos, funcionários, desportistas e estrelas artísticas de todo o mundo.