Torres gêmeas pegam fogo depois do choque dos aviões: as pessoas que trabalharam no Marco Zero e contraíram ou vão contrair até 50 tipos da doença vão receber cobertura médica do Estado (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2012 às 21h14.
Nova York - A cidade de Nova York viverá nesta terça-feira um novo aniversário dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que, desta vez, trouxe à tona a delicada questão da assistência de saúde aos trabalhadores que realizaram a limpeza e a remoção dos escombros das Torres Gêmeas.
As autoridades federais anunciaram hoje que o câncer será considerado oficialmente uma das doenças relacionadas ao 11-9, por isso as pessoas que trabalharam no Marco Zero e contraíram ou vão contrair até 50 tipos da doença vão receber cobertura médica do Estado.
A decisão do doutor John Howard, diretor do Instituto Nacional para a Segurança e a Saúde no Trabalho, representa uma antiga reivindicação para muitos doentes - membros dos serviços de emergência, trabalhadores da construção e habitantes da área mais próxima - convencidos de que contraíram o câncer respirando pó impregnado de substâncias tóxicas após o desmoronamento das torres.
''Acrescentar esses tipos de câncer dará respaldo para algo que já temos certeza: que nossos heróis estão doentes, e alguns morreram de câncer, contraído ao respirarem as toxinas do Marco Zero'', disse a senadora de Nova York, Kirsten Gillibrand.
O prefeito da cidade, Michael Bloomberg, considerou que a decisão ''vai garantir que aqueles que adoeceram devido aos atrozes atentados de 11/09 recebam o cuidado médico que precisam e merecem'', segundo comunicado oficial.
No entanto, acrescentar mais doentes (muitos deles graves) à lista de beneficiados da chamada ''Lei Zadroga'' - compensação estadual por problemas de saúde surgidos a partir dos ataques contra o World Trade Center - provavelmente reduzirá os valores individuais, já que serão mais pessoas beneficiadas de uma quantidade fixa de US$ 4,3 bilhões (R$ 8,76 bilhões).
Com a proximidade da cerimônia de amanhã, hoje já se notava um aumento dos agentes de segurança nas principais áreas da cidade, como edifícios oficiais importantes e estações de transporte público.
A cerimônia de amanhã será protagonizada, mais uma vez, pela leitura dos nomes das 2.983 vítimas dos ataques contra o World Trade Center em Nova York e a sede do Pentágono em Washington e do avião sequestrado por terroristas que caiu na Pensilvânia, assim como os seis mortos do atentado de 1993 contra as Torres Gêmeas.
O ato começará às 9h39 (de Brasília) e, após seis interrupções - na mesma hora em que os aviões colidiram e que as torres desabaram - terminará às 13h30 (idem).
A celebração do ano passado, pelo décimo aniversário, contou com a presença do presidente americano, Barack Obama; seu antecessor no cargo, George W. Bush, e suas respectivas esposas, e teve shows de artistas como James Taylor, Paul Simon e o violoncelista Yo-Yo Ma.
Desta vez, tudo será mais discreto e só estão previstos o Coral Jovem de Nova York e um grupo de gaitas e tambores.
Em 2011 foi inaugurado um parque de quatro hectares de extensão em memória dos atentados, que já foi visitado por mais de 4 milhões de pessoas.
Enquanto isso, continuam as obras para a construção do edifício que substituirá às Torres Gêmeas, conhecido como ''Freedom Tower'' (Torre da Liberdade) que deve ser concluído em dois anos, com um custo estimado de US$ 3,9 bilhões (R$ 7,95 bilhões).
A torre terá uma altura total de 541,68 metros (o número simbólico de 1.776 pés, em homenagem ao ano da Declaração de Independência dos EUA).
O edifício terá um total de 279 mil metros quadrados de escritórios, e entre seus primeiros inquilinos estão a editora Condé Nast e a Agência de Serviços Gerais (GAA, um escritório de administração do governo federal dos EUA).
Outro novo edifício de escritórios situado ao lado, o World Trade Center 4, será inaugurado em 2013, enquanto o edifício 3 não deve ficar pronto antes de 2015.
A grande estação de transportes vai começar a funcionar em 2015 reunindo, em um mesmo lugar, 13 linhas de metrô e várias linhas de trens urbanos.
O museu em memória dos atentados, com inauguração prevista para 2014, anunciou que já conta com fotografias de 2.962 vítimas.