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Número 2 do regime de Maduro nega detenção de María Corina: 'Invenção, mentira'

Oposição afirma que líder opositora foi presa depois de participar de um protesto em Caracas, mas foi solta logo após ser forçada a gravar vídeos

María Corina Machado: detenção e protestos aumentam pressão sobre o governo Maduro (Yuri Cortez/AFP)

María Corina Machado: detenção e protestos aumentam pressão sobre o governo Maduro (Yuri Cortez/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 19h25.

Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 19h40.

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O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, número 2 do regime, desmentiu a detenção temporária da líder da oposição María Corina Machado, classificando a informação como "uma invenção, uma mentira". A oposição venezuelana afirma que a líder foi detida depois de participar de um protesto em Caracas, organizado na véspera da posse do ditador Nicolás Maduro, mas libertada logo depois de ser forçada a gravar vídeos. A ex-deputada estava na clandestinidade depois de ser alvo de ameaças de prisão do regime e fez sua primeira aparição pública na manifestação depois de 133 dias escondida.

“Eles queriam alarmar toda a Venezuela e, no final, acabaram com o ridículo do ridículo, mentindo, dizendo que o governo havia capturado María Corina”, afirmou Cabello no canal estatal VTV durante uma marcha do chavismo. “Ela está louca para que o governo a capture, e esse era seu plano: dizer que foi pega, para ver o que ela pode fazer.”

Acusações contra a oposição e a repressão do regime

Em setembro, Cabello acusou María Corina de estar por trás de uma suposta conspiração para desestabilizar o país. Na ocasião, o governo prendeu três americanos, dois espanhóis e um tcheco que estariam participando da operação, além de 400 armas que alegadamente viriam dos Estados Unidos.

A detenção e posterior soltura de María Corina ocorrem em meio ao plano militar conhecido como Órgão de Defesa Integral da Venezuela (ODI), ativado dois dias antes por Maduro. As Forças Armadas e policiais de todo o país foram mobilizadas sob a alegação de impedir a posse do ditador nesta sexta-feira.

O partido de María Corina, Vem Venezuela, denunciou em publicação nas redes sociais que a opositora havia sido “violentamente interceptada” ao sair do protesto. De acordo com assessores, ela era escoltada por um comboio de motos quando o grupo foi atacado a tiros por agentes do regime. Posteriormente, começou a circular um vídeo em que a líder aparece dizendo que "estava bem".

Confrontos e apelo internacional

Em publicação no X, a coalizão opositora informou que “María Corina Machado foi interceptada e derrubada da motocicleta que pilotava” ao deixar o comício em Chacao, na capital Caracas. Segundo o grupo, “armas de fogo foram disparadas no incidente” e “ela foi levada à força”.

"Durante o período de seu sequestro, ela foi forçada a gravar vários vídeos e foi liberada mais tarde. Nas próximas horas, ela falará ao país para explicar os fatos", relatou a oposição.

Durante a manifestação convocada nas redes sociais, María Corina reivindicou a vitória do ex-diplomata Edmundo González Urrutia nas eleições de junho, alvo de acusações de fraude pela comunidade internacional. “O que quer que eles façam, amanhã sentenciará o fim do regime. A Venezuela já decidiu, a Venezuela é livre”, declarou. González, atualmente exilado na Espanha, prometeu retornar a Caracas nesta sexta-feira.

A reeleição contestada de Maduro gerou protestos que deixaram 28 mortos, 200 feridos e mais de 2,4 mil detidos. Apesar das dificuldades, María Corina reforçou a necessidade de continuar lutando pela liberdade do país: "Não tenhamos medo."

A disputa pelo poder na Venezuela

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou a vitória de Maduro em julho sem apresentar as atas que comprovariam o resultado. A oposição mostrou cópias de mais de 80% dos boletins das urnas, atestando a eleição de González. Observadores internacionais, como o Centro Carter, corroboraram os resultados opositores.

Após o episódio, Edmundo González declarou: "Como presidente eleito, exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Para as forças de segurança que a sequestraram, eu digo: não brinquem com fogo".

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