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Número de vítimas em deslizamento nos EUA deve aumentar

As autoridades reconhecem que as chances de encontrar sobreviventes são pequenas pela complexidade dos trabalhos do resgate


	Funcionários limpam rodovia próxima à deslizamento em Oso, Washington: na segunda-feira, em menos de 24 horas, o número oficial de mortos passou de oito para 14
 (AFP)

Funcionários limpam rodovia próxima à deslizamento em Oso, Washington: na segunda-feira, em menos de 24 horas, o número oficial de mortos passou de oito para 14 (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 06h36.

Washington - As autoridades dos Estados Unidos preveem um aumento "substancial" nesta sexta-feira do número de mortos pelo deslizamento de terra ocorrido no último sábado em uma zona rural do estado de Washington, na costa oeste do país, no novo balanço que será apresentado no início do sétimo dia de buscas.

O anúncio foi feito pelas autoridades do condado de Snohomish em sua última entrevista coletiva desta quinta-feira, dia em que o número de desaparecidos foi mantido em 90, enquanto o de mortos é de 25, com 16 corpos recuperados, entre eles o de uma criança de quatro anos, enquanto os outros foram apenas localizados.

"Nas próximas horas, à medida que os legistas forem concluindo os difíceis exames que têm que fazer, veremos um aumento substancial dos números", explicou o chefe de bombeiros do condado, Travis Hots.

As autoridades reconhecem que as chances de encontrar sobreviventes são pequenas, pois os trabalhos de resgate são muito complexas devido à chuva constante que cai sobre um emaranhado de escombros das casas destruídas, árvores e lama.

Essas condições também dificultam as estimativas do balanço de vítimas, embora as autoridades trabalhem sobre a base de que cerca de 180 pessoas viviam na zona soterrada no sábado por uma deslizamento de terra e lama no pequeno povoado de Oso, a 60 quilômetros de Seattle, um das principais cidades do país.

Na segunda-feira, em menos de 24 horas, o número oficial de mortos passou de oito para 14 e o de desaparecidos de 18 para 108 e, pouco depois, para 176.

As autoridades reduziram na quarta-feira o número de desaparecidos para 90, mas admitiram que a situação de outras 35 pessoas é desconhecida.


Os únicos sobreviventes até o momento foram encontrados nas primeiras horas seguintes à catástrofe e, desde então, nenhum sinal de vida foi achado na área afetada.

Devido às péssimas condições do terreno onde trabalham as equipes de resgate e à magnitude do deslizamento, as autoridades assumem inclusive que alguns dos corpos jamais serão recuperados.

No entanto, Hots insistiu nesta quinta-feira que a operação continua sendo de resgate: "mesmo que encontremos uma única pessoa viva, para mim já terá válido a pena", disse na quinta-feira.

Na medida em que os dias vão passando, aumentam a apreensão e a sensação de impotência das famílias e moradores da zona, que se queixam que a resposta das equipes de resgate não foi suficientemente rápida após o incidente, segundo relatos divulgados pela imprensa local.

Além disso, também houve protestos das pessoas que se ofereceram para colaborar nas buscas de maneira voluntária mas foram impedidas pelas autoridades, por considerar que era uma tarefa muito arriscada para não profissionais, por mais que estes conheçam o terreno.

O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou na terça-feira uma declaração de emergência para acelerar a resposta das equipes de resgate, que trabalham sem descanso há sete dias e em condições muito duras.


As autoridades consideram que as fortes chuvas das últimas semanas e a geologia da região foram as principais causas do acidente, que teria consequências menos graves, segundo especialistas consultados pela imprensa local, se houvesse um trabalho de prevenção com a população e se os imóveis fossem construídos com materiais de melhor qualidade.

Apesar de as autoridades terem garantido que o acidente foi "completamente imprevisível", o jornal "Seattle Times" teve acesso a vários relatórios geológicos que advertiam que a área estava em perigo.

No local do deslizamento, as casas estavam distribuídas de maneira muito dispersa no meio da natureza, em muitos casos eram imóveis pré-fabricados e, inclusive, trailers, além de os moradores serem, em sua maioria, pessoas com renda média e baixa.

Apenas metade das casas destruídas eram habitadas permanentemente, já que a população de Oso é variável, um dos fatores que alimentavam até agora as esperanças das autoridades de que o número de desaparecidos incluísse pessoas que não estavam no local no momento do acidente.

A avalanche de lama que soterrou as casas dessa pequena área rural aconteceu no pior horário possível, a manhã de um sábado, já que a maioria das pessoas estavam dentro de suas residências e não no trabalho ou nas escolas, como teria ocorrido em um dia útil. 

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