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Número de refugiados chega a 1 milhão na Ucrânia, diz ONU

O êxodo de ucranianos pode se confirmar como a pior crise humanitária da Europa em um século

Pessoas tentam embarcar em Kiev, na Ucrânia (Erin Trieb/Bloomberg/Getty Images)

Pessoas tentam embarcar em Kiev, na Ucrânia (Erin Trieb/Bloomberg/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 3 de março de 2022 às 07h22.

Última atualização em 3 de março de 2022 às 09h10.

O número de refugiados da guerra na Ucrânia chegou a 1 milhão de pessoas, segundo novo informe da Organização das Nações Unidas (ONU).

O alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) também estima que o número possa chegar a 4 milhões se a guerra continuar. Isso seria equivalente a cerca de 10% da população da Ucrânia, que tem 44 milhões de habitantes.

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O êxodo de ucranianos pode se tornar a pior crise humanitária da Europa em um século, superando o número de refugiados vindos da Síria e outros países de Oriente Médio e Norte da África. Na crise de refugiados sírios, que teve seu pico em 2015, 1,3 milhão de sírios pediram asilo na Europa.

"Em apenas sete dias, um milhão de pessoas fugiram da Ucrânia, arrancadas de suas raízes por esta guerra sem sentido", disse em comunicado nesta quinta-feira o Alto Comissário da Acnur, o italiano Filippo Grandi.

"Trabalhei em emergências de refugiados por quase 40 anos e raramente vi um êxodo tão rápido quanto este."

A maioria dos refugiados da Ucrânia tem se dirigido à Polônia, via fronteiras no oeste do país, como a cidade de Lviv. Mais de meio milhão de pessoas já cruzaram a fronteira polonesa desde 24 de fevereiro. Estima-se que o país deva ainda receber 1,5 milhão de refugiados.

Em seguida vêm a Hungria (mais de 139 mil já cruzaram a fronteira), Moldávia (mais de 97 mil), Eslováquia (72 mil) e Romênia (51 mil).

A própria Rússia, uma vez que a guerra não está em seu próprio território, também foi destino de mais de 47 mil refugiados, segundo a ONU.

Uma série de trens de emergência estão levando refugiados para as fronteiras partindo das principais cidades ucranianas sob ataque, como a capital Kiev e Kharkiv (segunda maior cidade do país, ao leste).

Congestionamentos e horas de espera têm sido registradas, tanto para deixar as cidades atacadas quanto para cruzar as fronteiras.

A Ucrânia não faz parte da União Europeia, mas ucranianos foram autorizados a ficar nos 27 países do bloco por 90 dias, sem visto.

A expectativa é ainda de que novas regras sejam adotadas nesta quinta-feira, autorizando residência temporária e vistos de trabalho aos refugiados por até três anos.

O Reino Unido, que deixou a União Europeia oficialmente há um ano, também anunciou que vai flexibilizar autorizações para parentes de ucranianos que já residem no país.

No início da semana, o governo ucraniano também assinou pedido de entrada oficial na União Europeia.

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