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Número de mortos no terremoto do Irã sobe para mais de 400

As autoridades iranianas mobilizaram todos os corpos de segurança para acelerar os trabalhos de resgate e de retirada de escombros nas cidades afetadas

Terremoto no Irã (Ako Rasheed/Reuters)

Terremoto no Irã (Ako Rasheed/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de novembro de 2017 às 07h53.

Última atualização em 13 de novembro de 2017 às 18h28.

Teerã - Equipes de resgate iranianas procuravam nesta segunda-feira (13) possíveis sobreviventes do terremoto de 7,3 graus de magnitude, que sacudiu o oeste do país e várias regiões iraquianas na noite de domingo, deixando mais de 400 mortos e milhares de feridos.

A maior parte das vítimas da catástrofe foi registrada no Irã, onde o balanço provisório subiu à noite para 421 mortos e mais de 7.300 feridos, todos na província ocidental de Karmanshah, fronteiriça com o Iraque.

Neste último país o balanço oficial era de oito mortos e 336 feridos.

Com a chegada da noite, as autoridades enfrentavam o desafio de abrigar e alimentar dezenas de milhares de pessoas obrigadas a dormir ao relento pela segunda noite seguida.

"As necessidades imediatas das pessoas são tendas, água e alimentos", declarou à televisão estatal iraniana o general Mohamad Ali Yafari, chefe dos Guardiões da Revolução, o Exército de elite da República Islâmica, durante uma visita às zonas atingidas.

"Os imóveis construídos recentemente (...) resistiram bem, mas as velhas casas de terra ficaram totalmente destruídas", disse, acrescentando que espera que as operações de limpeza terminem antes da escurecer.

Assim como outros meios estrangeiros, a AFP não recebeu autorização para ir ao local da catástrofe nesta segunda-feira.

Destruição total

O epicentro do tremor se situou a 50 km ao norte de Sar-e Pol-e Zahab, cidade mais afetada pelo terremoto, onde morreram 280 pessoas.

De acordo com a imprensa iraniana, uma mulher e um bebê foram resgatados com vida entre os escombros durante a manhã nesta cidade de 85.000 habitantes.

A televisão estatal exibiu imagens gravadas durante a noite em Sar-e Pol-e Zahab que mostram edifícios de cinco ou seis andares com as fachadas destruídas, mas cujas estruturas resistiram ao tremor.

Fotografias da agência Isna tiradas de manhã na mesma cidade mostram carros esmagados após o desabamento de muros.

Segundo responsáveis locais, o hospital e metade das escolas da zona ficaram danificados.

Na província vizinha de Dalahoo, muitas localidades ficaram completamente destruídas de acordo com o prefeito local, citado pela agência Tasnim.

O governo anunciou ter distribuído 22.000 tendas, 52.000 cobertores, quase 17 toneladas de arroz, 100.000 alimentos em conserva e mais de 200.000 garrafas de água.

Reabertura de rotas

No final da tarde, as autoridades locais indicaram que todas as estradas que foram fechadas pelos deslizamentos de terra voltaram a abrir na província de Kermanshah, mas o fornecimento de energia ainda não havia sido restabelecido em Sar-e Pol-e Zahab, segundo a televisão estatal.

O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, ordenou ao governos e às forças de segurança que mobilizem "todos os recursos" para ajudar a população.

Segundo meios de comunicação iranianos, centenas de ambulâncias e dezenas de helicópteros do Exército foram enviados para operações de resgate.

Também evacuaram 200 feridos por avião para hospitalizá-los em Teerã.

De acordo com Instituto de Geofísica da Universidade de Teerã, o terremoto foi seguido mais de 150 tremores secundários, os mais fortes de até 4,7 graus na escala Ritcher.

O terremoto alcançou todas as províncias do Iraque, enquanto na capital, Bagdá, foi sentido durante 20 segundos.

Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, Síria e ONU enviaram suas condolências. Berlim e as Nações Unidas ofereceram ajuda em caso de necessidade.

Os tremores são frequentes no Irã. Em 2003, um terremoto na cidade de Bam, província de Kerman (sudeste do Irã), matou 31.000 pessoas e a cidade ficou praticamente destruída.

Em abril de 2013, dois terremotos foram registrados no Irã, com poucos dias de intervalo, de magnitude 6,6 e 7,7, o mais forte no país desde 1957.

Os sismos deixaram 40 mortos no Irã e um número similar no Paquistão.

Em junho de 1990, um terremoto de 7,4 graus no Irã, perto do mar Cáspio (norte), deixou 40.000 mortos e mais de 300.000 feridos, além de meio milhão de desabrigados. Em poucos segundos, uma superfície de 2.100 quilômetros quadrados, onde ficavam 27 cidades e 1.871 vilarejos nas províncias de Ghilan e Zandjan, ficou devastada.

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