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Número de mortos em show da Ariana Grande chega a 22

A cantora encerrava sua apresentação na Manchester Arena quando um homem-bomba detonou uma carga explosiva, que deixou ao menos 59 feridos

Ataque: segundo a polícia, o homem morreu ao detonar a bomba (REUTERS/Jon Super/Reuters)

Ataque: segundo a polícia, o homem morreu ao detonar a bomba (REUTERS/Jon Super/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de maio de 2017 às 06h34.

Um homem-bomba detonou uma carga explosiva ao final de um show da cantora pop Ariana Grande em Manchester na segunda-feira à noite, um atentado que deixou 22 mortos e 59 feridos, incluindo crianças e adolescentes.

O homem que executou o ataque na Manchester Arena, o atentado mais violento no Reino Unido desde os que atingiram os transportes públicos de Londres em 2005, morreu ao detonar a carga explosiva, anunciou a polícia da cidade, que classificou o ato de "incidente terrorista".

O chefe de polícia de Manchester, Ian Hopkins, disse que o homem detonou um "dispositivo explosivo de fabricação caseira" na Manchester Arena quando os fãs deixavam o local.

"A arena ficou pavorosamente em silêncio durante cinco ou seis segundos, que pareceram mais longos, e depois todo mundo correu em todas as direções", afirmou à AFP Kennedy Hill, uma adolescente que estava no show da cantora americana.

A mãe da jovem, Stephanie Hill, disse que as pessoas perderam os sapatos e os telefones na tentativa desesperada fugir do local.

"Havia muitas crianças e adolescentes como minha filha no show. É uma tragédia", lamentou.

Pais carregavam as filhas com lágrimas

"Alguns pais carregavam as filhas nos braços com lagrimas", contou à AFP Sebastian Díaz, um jovem de 19 anos de Newcastle.

A polícia recebeu um alerta de explosão no local com capacidade para 20.000 pessoas às 22H35 (18H35 de Brasília). A área foi isolada e viaturas policiais e ambulâncias foram enviadas ao local.

A ministra do Interior, Amber Rudd, denunciou um "ataque bárbaro que apontou deliberadamente contra os mais jovens de nossa sociedade, os jovens e as crianças que foram assistir um show de música pop".

Na segunda-feira à noite, a primeira-ministra Theresa May, condenou o "horrível atentado terrorista".

"Permaneceremos fortes, vamos continuar unidos, porque somos assim. Isto é o que fazemos, eles não vencerão", disse o prefeito de Manchester, Andy Burnham.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou o reforço da segurança nas ruas da capital da Inglaterra.

"Estou em contato constante com a Polícia Metropolitana, que está revisando o dispositivo de segurança em Londres. Os londrinos verão mais policiais em nossas ruas", disse Khan.

Ariana Grande tinha uma apresentação prevista para a Arena O2 de Londres na quinta-feira.

"Devastada. Do fundo do meu coração, sinto muito. Não tenho palavras", escreveu a cantora no Twitter.

Corpos por todos os lados

"Ouvimos a última música e, de repente, foi como um flash com um bang e depois fumaça", contou à BBC Gary Walker, morador de Leeds, que ao lado da esposa aguardava as filhas na saída do show.

Walker ficou ferido em um pé e a esposa no estômago.

Elena Semino, que esperava a saída da filha de 17 anos, contou ao jornal The Guardian que também ficou ferido.

"Senti como se tivesse fogo no pescoço e quando levantei a cabeça havia corpos por todos os lados", disse.

De acordo com a polícia de Manchester, a explosão aconteceu dentro do estádio em que se encontra a sala de espetáculos.

Emma Johnson confirmou a informação à BBC. "Estava na parte de cima das escadas com meu marido, para esperar nossas filhas, e o vidro explodiu. Era perto do local onde vendem recordações. Todo o edifício tremeu".

"Todo mundo era vítima do pânico", contou à Sky News Isabel Hodgins.

"O corredor estava lotado e havia cheiro de queimado, muita fumaça, no momento em que saímos", disse.

Cheryl McDonald, que levou a neta de nove anos ao show, confirmou que o local estava repleto de crianças.

Condenações em todo o mundo

O atentado provocou reações de condenação em todo o planeta.

O presidente americano Donald Trump condenou os "perdedores maléficos" por trás do atentado.

"Tantos jovens, belos, inocentes vivendo e apreciando suas vidas assassinados por perdedores maléficos", afirmou Trump durante uma visita ao Oriente Médio.

"Eu não vou chamá-los de monstros porque eles gostariam do termo. Eles pensariam que é um grande nome".

A chanceler alemã Angela Merkel expressou sua "tristeza e horror", enquanto o presidente russo Vladimir Putin declarou que está disposto a "desenvolver a cooperação antiterrorista" após o atentado "cínico e desumano".

O presidente da França, Emmanuel Macron, expressou "horror e consternação" com o atentado.

O atentado provocou a suspensão dos atos da campanha para as eleições de 8 de junho na Grã-Bretanha e aconteceu exatamente dois meses depois do ataque perto do Parlamento de Londres que deixou cinco mortos, quando um homem avançou com seu carro contra uma multidão e esfaqueou um policial.

O ataque de Manchester é o mais grave no Reino Unido desde julho de 2005, quando vários atentados suicidas deixaram 52 mortos, incluindo quatro terroristas, e 700 feridos no metrô e em um ônibus de dois andares de Londres. Esta ação foi reivindicada por um grupo que dizia pertencer à Al-Qaeda.

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou "medidas de segurança reforçadas em e nos arredores dos locais e eventos públicos".

O nível de ameaça de atentados no Reino Unido é "severo", o segundo mais elevado na escala do governo, e significa que é altamente provável que aconteçam atentados.

O nível mais elevado na escala é o "crítico", ativado em caso de ameaça iminente.

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