Mundo

Número de mortos em Gaza ultrapassa 500

Estados Unidos assumiram um papel direto nos esforços para tentar alcançar um cessar-fogo para o conflito

Veículos blindados israelenses durante uma manobra na fronteira de Israel com o norte da Faixa de Gaza (Ronen Zvulun/Reuters)

Veículos blindados israelenses durante uma manobra na fronteira de Israel com o norte da Faixa de Gaza (Ronen Zvulun/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2014 às 22h18.

Gaza/Jerusalém - Os Estados Unidos, alarmados com a escalada do derramamento de sangue civil em uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza, assumiram um papel direto nos esforços para tentar alcançar um cessar-fogo nesta segunda-feira, quando o número de palestinos mortos já superava 500.

Apesar dos apelos crescentes para o fim das duas semanas de combates, a violência se alastrou. Israel alvejou a Faixa de Gaza e matou 28 membros de uma família em um só ataque, 11 pessoas em um ataque contra um edifício e quatro no bombardeio de um hospital, segundo fontes médicas.

As baixas de Israel também aumentaram. Após a morte de 13 soldados no domingo, Israel disse que mais sete militares foram mortos nesta segunda-feira, incluindo quatro cujo jipe foi incendiado por um grupo de militantes que atravessaram a fronteira por túneis clandestinos.

Aviões israelenses reagiram rapidamente, matando 10 dos infiltrados do grupo islâmico Hamas, disse o Exército.

A violência também se espalhou para a Cisjordânia ocupada, onde médicos palestinos disseram que soldados israelenses atiraram e mataram um homem palestino, de 21 anos, enquanto dispersavam manifestantes que jogavam pedras em um jipe ​​militar perto de Jerusalém.

O Exército de Israel disse que estava investigando o incidente.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chegou ao Cairo para tentar garantir o fim das hostilidades, um dia depois que ele foi flagrado, por um microfone aberto, fazendo comentários sarcásticos sobre a "operação cirúrgica" de Israel.

Falando em Washington, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que estava cada vez mais preocupado com o conflito.

"Temos sérias preocupações com o crescente número de mortes de civis palestinos e a perda de vidas israelenses, e é por isso que, agora, alcançar um cessar-fogo tem de ser o nosso foco e o foco da comunidade internacional", disse ele a jornalistas na Casa Branca.

O Hamas, que matou 13 soldados israelenses em Gaza no domingo, disse que não irá depor as armas até que uma série de exigências sejam atendidas - incluindo o fim ao bloqueio imposto ao território palestino por Israel e Egito.

"O mundo deve entender que Gaza decidiu pôr fim ao bloqueio por seu sangue e heroísmo", disse o vice-líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso transmitido pela televisão.

No hospital Al-Aqsa, no centro da Faixa de Gaza, quatro pessoas foram mortas e 70 ficaram feridas quando um tanque israelense disparou contra o terceiro andar, onde estavam abrigadas salas cirúrgicas e uma unidade de cuidados intensivos, afirmou o Ministério da Saúde.

O Exército israelense, que acusou os militantes do Hamas de disparar foguetes a partir dos terrenos de hospitais de Gaza e de buscar refúgio nestes lugares, não tinha comentários imediatos.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha emitiu uma declaração condenando o bombardeio do hospital "nos termos mais fortes". A entidade disse que o hospital ficou sob fogo direto pelo menos quatro vezes e que equipamentos salva-vidas foram severamente danificados.

Ataques ininterruptos elevaram o número de mortos palestinos para 536, incluindo quase 100 crianças, desde que os combates começaram em 8 de julho, disseram autoridades da Saúde de Gaza. Israel diz que 25 dos seus soldados foram mortos, além de dois civis.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseFaixa de GazaGuerrasIsraelPalestina

Mais de Mundo

Maduro pede que aliados que não aceitem eletrônicos de presente após explosão de pagers no Líbano

Número de mortos em ataque de Israel ao Líbano sobe para 31

Em meio à tensão no Oriente Médio, Irã revela novos mísseis e drones em desfile militar

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado