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Número de mortos em explosão de Cabul sobe para 95

Bomba foi escondida em uma ambulância, e mais 158 pessoas ficaram feridas

Homens carregam o corpo de uma vítima da explosão de uma ambulância em Cabul, no Afeganistão (REUTERS/Omar Sobhani/Reuters)

Homens carregam o corpo de uma vítima da explosão de uma ambulância em Cabul, no Afeganistão (REUTERS/Omar Sobhani/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 12h19.

Última atualização em 27 de janeiro de 2018 às 12h22.

Cabul - O governo do Afeganistão informou que o ataque cometido neste sábado pelos talibãs com uma ambulância-bomba no centro de Cabul, capital do país, deixou 95 mortos e 158 feridos.

As novas informações sobre vítimas foram confirmadas à Agência Efe por um dos porta-vozes do Ministério da Saúde, Wahidullah Majroh. O governo alerta que o número de mortos pode subir.

Em entrevista coletiva, Nasrat Rahimi, um dos porta-vozes do Ministério do Interior, disse que o suicida levou a ambulância até o estacionamento do hospital Jahmuriat e depois foi em direção à antiga sede do Ministério do Interior, onde foi reconhecido.

O veículo explodiu por volta das 12h50 locais (6h20 em Brasília). Vários departamentos do ministério ainda funcionam na antiga sede, que fica perto de um escritório dos Diretório Nacional de Segurança, a principal agência de inteligência do Afeganistão.

A região também abriga sedes de organizações não governamentais e é repleta de lojas e mercados, que estavam lotados neste sábado, dia útil no Afeganistão.

Rahimi indicou que quatro pessoas foram presas. Elas teriam colaborado para que o terrorista chegasse ao local do ataque.

O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, reivindicou o atentado através de uma mensagem divulgada no aplicativo de mensagens Telegram. "Um mártir com um carro-bomba atingiu o primeiro ponto de controle perto Ministério do Interior", disse.

Mujahid ainda afirmou que havia uma grande concentração de policiais afegãos na área na hora do ataque.

"É desumano, cruel e um crime de guerra", disse no Twitter o primeiro-ministro do Afeganistão, Abdullah Abdullah.

Abdullah prometeu levar os responsáveis pelo atentado à Justiça e tomar todas as medidas necessárias para evitar ações similares no futuro, uma promessa que os moradores de Cabul já cansaram de ouvir.

Além disso, o primeiro-ministro pediu que a comunidade internacional tome ações contra o "terrorismo apoiado pelo Estado", uma referência indireta ao Paquistão, acusado pelo Afeganistão de respaldar talibãs que se refugiam no país vizinho.

O ataque voltou a deixar os moradores da capital do país muito preocupados. Há oito meses, um caminhão cheio de explosivos matou 150 civis, um ataque que nenhum grupo insurgente se atreveu a reivindicar. O governo, porém, responsabiliza os talibãs.

Na época, as autoridades afirmaram que tomariam medidas para tornar Cabul mais segura. O tráfego foi limitado em algumas regiões, mais barreiras foram instaladas, sem sucesso.

Os ataques estão cada vez mais habituais.

O atentado ocorre em meio a um crescente número de ataques terroristas contra alvos civis por parte dos talibãs e do grupo Estado Islâmico (EI) nos últimos dias.

No último fim de semana, 20 pessoas morreram no Hotel Intercontinental de Cabul durante um ataque realizado por seis terroristas. Eles enfrentaram as forças de segurança por 12 horas.

Na quarta-feira, um ataque do EI contra a sede organização Save the Children em Jalalabad, no leste do país, provocou a morte de quatro funcionários da organização não governamental, um civil e um membro das forças de segurança que estava no local.

A missão da ONU no Afeganistão (Unama) deve divulgar nas próximas semanas o relatório anual de vítimas civis no conflito do país. Em 2016, foram 3.498 civis mortos e 7.920 feridos.

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